“A fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de se não somente de Deus, senão também de sua divina vontade.” João Calvino
terça-feira, 10 de novembro de 2009
(1618-1619)
CAPÍTULO 1
A DIVINA ELEIÇÃO E REPROVAÇÃO
1. Todos os homens pecaram em Adão, estão debaixo da maldição de Deus e são condenados à morte eterna. Por isso Deus não teria feito injustiça a ninguém se Ele tivesse resolvido deixar toda a raça humana no pecado e sob a maldição e condená-la por causa do seu pecado, de acordo com estas palavras do apóstolo: "... para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus...", e:"...o salário do pecado é a morte..." (Rom. 3:19,23; 6:23).
2. Mas "Nisto se manifestou o amor de Deus em nós, em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo...", "...para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (I Jo 4:9; Jo 3:16).
3. Para que os homens sejam conduzidos à fé, Deus envia, em sua misericórdia, mensageiros desta mensagem muito alegre a quem e quando Ele quer. Pelo ministério deles, os homens são chamados ao arrependimento e à fé no Cristo crucificado. Porque "...como crerão naquele de quem nada ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?..." (Rom. 10:14, 15).
4. A ira de Deus permanece sobre aqueles que não crêem neste Evangelho. Mas aqueles que o aceitam e abraçam Jesus, o Salvador, com uma fé verdadeira e viva, são redimidos por Ele da ira de Deus e da perdição, e presenteados com a vida eterna (Jo 3:36; Mc 16:16).
5. Em Deus não está, de forma alguma, a causa ou culpa desta incredulidade. O homem tem a culpa dela, tal como de todos os demais pecados. Mas a fé em Jesus Cristo e também a salvação por meio dEle são dons gratuitos de Deus, como está escrito: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus..." (Ef 2:8). Semelhantemente, "Porque vos foi concedida a graça de..." crer em Cristo (Fp 1:29).
6. Deus dá nesta vida a fé a alguns enquanto não dá a fé a outros. Isto procede do eterno decreto de Deus. Porque as Escrituras dizem que Ele "...faz estas cousas conhecidas desde séculos." e que Ele "faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade..." (Atos 15:18; Ef 1:11). De acordo com este decreto, Ele graciosamente quebranta os corações dos eleitos, por duros que sejam, e os inclina a crer. Pelo mesmo decreto, entretanto, segundo seu justo juízo, Ele deixa os não-eleitos em sua própria maldade e dureza. E aqui especialmente nos é manifesta a profunda, misericordiosa e ao mesmo tempo justa distinção entre os homens que estão na mesma condição de perdição. Este é o decreto da eleição e reprovação revelado na Palavra de Deus. Ainda que os homens perversos, impuros e instáveis o deturpem, para sua própria perdição, ele dá um inexprimível conforto para as pessoas santas e tementes a Deus.
7. Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição. Os eleitos não são melhores ou mais dignos que os outros, porém envolvidos na mesma miséria dos demais. São escolhidos em Cristo, quem Deus constituiu, desde a eternidade, como Mediador e Cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação. E, para salvá-los por Cristo, Deus decidiu dá-los a Ele e efetivamente chamá-los e atraí-los à sua comunhão por meio da sua Palavra e seu Espírito. Em outras palavras, Ele decidiu dar-lhes verdadeira fé em Cristo, justificá-los, santificá-los, e depois, tendo-os guardado poderosamente na comunhão de seu Filho, glorificá-los finalmente. Deus fez isto para a demonstração de sua misericórdia e para o louvor da riqueza de sua gloriosa graça. Como está escrito: "... assim como nos escolheu nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito [bom propósito] de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...". E em outro lugar: "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou" (Ef 1:4-6; Rom 8:30).
8. Esta eleição náo é múltipla, mas ela é uma e a mesma de todos os que são salvos tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. Pois a Escritura nos prega o único bom propósito e conselho da vontade de Deus, pelo qual Ele nos escolheu desde a eternidade, tanto para a graça como para a glória, assim também para a salvação e para o caminho da salvação, o qual preparou para que andássemos nEle (Ef 1:4,5; 2:10).
9. Esta eleição não é baseada em fé prevista, em obediência de fé, santidade ou qualquer boa qualidade ou disposição, que seria uma causa ou condição previamente requerida ao homem para ser escolhido. Mas a eleição é para fé, obediência de fé, santidade, etc. Eleição, portanto, é a fonte de todos os bens da salvação, de onde procedem a fé, a santidade e os outros dons da salvação, e finalmente a própria vida eterna como seus frutos. É conforme o testemunho do apóstolo: Ele "...nos escolheu..." (não por sermos mas) "...para sermos santos e irrepreensíveis perante ele..." (Ef 1:4).
10. A causa desta eleição graciosa é somente o bom propósito de Deus. Este bom propósito não consiste no fato de que, dentre todas as condições possíveis Deus tenha escolhido certas qualidades ou ações dos homens como condição para salvação. Mas este bom propósito consiste no fato de que Deus adotou certas pessoas dentre da multidão inteira de pecadores para ser a sua propriedade. Como está escrito: "E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal...já lhe fora dito a ela (Rebeca): O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito, "Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú." E, "...creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna." (Rom 9:11-13; At 13:48).
11. Como Deus é supremamente sábio, imutável, onisciente, e Todo-Poderoso, assim sua eleição não pode ser cancelada e depois renovada, nem alterada, revogada ou anulada; nem mesmo podem os eleitos ser rejeitados, ou o número deles ser diminuído.
12. Os eleitos recebem, no devido tempo, a certeza da sua eterna e imutável eleição para salvação, ainda que em vários graus e em medidas desiguais. Eles não a recebem quando curiosamente investigam os mistérios e profundezas de Deus. Mas eles a recebem, quando observam em si mesmos, com alegria espiritual e gozo santo, os infalíveis frutos de eleição indicados na Palavra de Deus - tais como uma fé verdadeira em Cristo, um temor filial para com Deus, tristeza com seus pecados segundo a vontade de Deus, e fome e sede de justiça.
13. A consciência e a certeza desta eleição fornecem diariamente aos filhos de Deus maior motivo para se humilhar perante Deus, para adorar a profundidade de sua misericórdia, para se purificar, e para amar ardentemente Aquele que primeiro tanto os amou. Contudo absolutamente não é verdade que esta doutrina da eleição e a reflexão na mesma os façam relaxar na observação dos mandamentos de Deus ou rendam segurança falsa. No justo julgamento de Deus isto ocorre freqüentemente àqueles que se vangloriam levianamente da graça da eleição, ou facilmente falam acerca disto, mas recusam andar nos caminhos dos eleitos.
14. A doutrina da divina eleição, segundo o mui sábio conselho de Deus, foi pregada pelos profetas, por Cristo mesmo, e pelos apóstolos, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, e depois escrita e nos entregue nas Escrituras Sagradas. Por isso, também hoje esta doutrina deve ser ensinada no seu devido tempo e lugar na Igreja de Deus, para qual ela foi particularmente destinada. Ela deve ser ensinada com espírito de discrição, de modo reverente e santo, sem curiosa investigação dos caminhos do Altíssimo, para a glória do santo nome de Deus e consolação vivificante do seu povo.
15. A Escritura Sagrada mostra e recomenda a nós esta graça eterna e imerecida sobre nossa eleição, especialmente quando, além disso, testifica que nem todos os homens são eleitos, mas que alguns não o são, ou seja, são passados na eleição eterna de Deus. De acordo com seu soberano, justo, irrepreensível e imutável bom propósito, Deus decidiu deixá-los na miséria comum em que se lançaram por sua própria culpa, nao lhes concedendo a fé salvadora e a graça de conversão. Para mostrar sua justiça, decidiu deixá-los em seus próprios caminhos e debaixo do seu justo julgamento, e finalmente condená-los e puni-los eternamente, não apenas por causa de sua incredulidade, mas também por todos os seus pecados, para mostrar sua justiça. Este é o decreto da reprovação qual não torna Deus o autor do pecado (tal pensamento é blasfêmia!), mas O declara o temível, irrepreensível e justo Juiz e Vingador do pecado.
16. Há pessoas que não sentem fortemente a fé viva em Cristo, nem confiança firme no coração, nem boa consciência, nem zelo pela obediência filial e pela glorificação de Deus por meio de Cristo. Apesar disso elas usam os meios pelos quais Deus prometeu operar tais coisas em nós. Elas não devem se desanimar quando a reprovação for mencionada nem contar a si mesmos entre os reprovados. Pelo contrário, devem continuar diligentemente no uso destes meios, desejando ferventemente dias de graça mais abundante e esperando-os com reverência e humildade. Não devem se assustar de maneira nenhuma com a doutrina da reprovação os que desejam seriamente se converter a Deus, agradar só a Ele e serem libertos do corpo de morte, mas ainda não podem chegar no ponto que gostariam no caminho da piedade e da fé. O Deus misericordioso prometeu não apagar a torcida que fumega, nem esmagar a cana quebrada. Mas esta doutrina é certamente assustadora para os que não contam com Deus e o Salvador Jesus Cristo e se entregaram completamente às preocupações do mundo e aos desejos da carne, enquanto não se converterem seria mente a Deus.
17. Devemos julgar a respeito da vontade de Deus com base na sua Palavra. Ela testifica que os filhos de crentes são santos, não por natureza mas em virtude da aliança da graça, na qual estão incluídos com seus pais. Por isso os pais que temem a Deus não devem ter dúvida da eleição e salvação de seus filhos, que Deus chama desta vida ainda na infância.
18. Aqueles que reclamam contra esta graça de eleição imerecida e a severidade da justa reprovação, nós replicamos com esta sentença do apóstolo: "Quem és tu, ó homem para discutires com Deus?!" (Rom 9:20). E com esta palavra do Salvador: "Porventura não me é lícito fazer o que quero do que é meu?" (Mt 20:15). Nós entretanto, adorando reverentemente estes mistérios, exclamamos com o apóstolo: "O profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois conheceu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém." (Rom 11:33-36).
REJEIÇÃO DE ERROS
Havendo explicado a doutrina ortodoxa de eleição e reprovação, o Sínodo rejeita os seguintes erros:
Erro 1 - A vontade de Deus para salvar aqueles que crerem e perseverarem na fé e na obediência da fé é o decreto inteiro e total da eleição para salvação. Nada mais sobre este decreto foi revelado na Palavra de Deus.
Refutação - Este erro engana aos simples e claramente contradiz a Escritura. Ela testifica não apenas que Deus salvará aqueles que crêem mas também que escolheu específicas pessoas desde a eternidade. Nesta vida Ele dará a estes eleitos a fé em Cristo e perseverança, que Ele não dá a outros; como está escrito: "Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo." (Jo 17:6). "...e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna." (At 13:48). "...como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele..." (Ef 1:4).
Erro 2 - Há vários tipos de eleição divina para a vida eterna. Um é geral e indefinido, e outro é particular e definido. Esta última eleição ou é incompleta, revogável, não-decisiva e condicional, ou é completa, irrevogável, decisiva e absoluta. Do mesmo modo, há uma eleição para fé e outra para salvação. Portanto eleição pode ser para a fé justificante, sem ser decisiva para a salvação.
Refutação - Isto é uma invenção da mente humana, sem nenhuma base na Escritura. Essa invenção corrompe a doutrina da eleição e quebra a corrente de ouro da nossa salvação. "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou." (Rom 8:30).
Erro 3 - O bom propósito de Deus do qual a Escritura fala na doutrina da eleição não significa que Ele escolheu certas pessoas e não outras, mas que Ele, dentre todas as condições possíveis (inclusive as obras da lei) ou seja, dentre todas as possibilidades, escolheu como condição de salvação, o ato de fé, que é sem méritos de si mesmo, e a obediência imperfeita da fé. Na sua graça Ele a considera como obediência perfeita e digna da recompensa da vida eterna.
Refutação - Este erro perigoso invalida o bom propósito de Deus e o mérito de Cristo, e desvia as pessoas, por questões inúteis, da verdade da justificação graciosa e da simplicidade da Escritura. Ele acusa de falsidade esta declaração do apóstolo: " ...que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos." (II Tim 1:9).
Erro 4 - Eleição para fé depende das seguintes condições prévias: o homem deve fazer uso adequado da luz da natureza, e deve ser piedoso, humilde, submisso e qualificado para a vida eterna.
Refutação - Assim parece que a eleição depende destas coisas. Isto tem o sabor do ensino de Pelágio e está em conflito com o ensino do apóstolo em Efésios 2:3-9: "...entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo -- pela graça sois salvos, e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie."
Erro 5 - A eleição incompleta e não-definitiva de certas pessoas para a salvação se baseou nisto: Deus previu que elas começariam a crer, se converter, viver em santidade e piedade, e até continuariam nisto por algum tempo. Eleição completa e definitiva de pessoas, porém, ocorreu porque Deus previu que elas perseverariam em fé, conversão, santidade e piedade até ao fim. Isto é a dignidade graciosa e evangélica por causa da qual a pessoa que é escolhida é mais digna que outra que não é escolhida. Consequentemente a fé, a obediência de fé, a piedade e a perseverança não são frutos da imutável eleição para glória. São condições e causas previamente requeridas e previstas como cumpridas naqueles que serão eleitos completamente. Só com base nestas condições ocorre a eleição imutável para a glória.
Refutação - Este erro está em conflito com toda a Escritura que repete constantemente para nossos ouvidos e corações, estas e semelhantes afirmações: eleição "não [é] por obras mas por aquele que chama..." (Rom 9:11), "...e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna." (At 13:48); "...nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele..." (Ef 1:4); "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros..." (Jo 15:16); "...se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça." (Rom 11:6). "Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou, e enviou o seu Filho..." (I Jo 4:10).
Erro 6 - Nem toda eleição para salvação é imutável. Alguns dos eleitos podem perder-se e de fato se perdem eternamente, não obstante qualquer decreto de Deus.
Refutação - Este erro grosseiro faz Deus mutável, destrói o conforto dos crentes quanto à constância de sua eleição, e contradiz a Escritura: os eleitos não podem ser enganados (Mt 24:24); "E a vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu..." (Jo 6:39); "E aos que predestinou a esses também chamou; e aos que chamou a esses também justificou; e aos que justificou a esses também glorificou." (Rom 8:30).
Erro 7 - Nesta vida não há fruto, consciência ou certeza da eleição imutável para glória, exceto a certeza que depende de uma condição mutável e incerta.
Refutação - Falar acerca de uma certeza incerta é não apenas absurdo mas também contrário à experiência dos santos. Sentindo sua eleição, eles se regozijam junto com o apóstolo e glorificam este benefício de Deus (Cf Ef 1:12). Conforme o mandamento de Cristo Eles se regozijam junto com os discípulos por seus nomes estarem escritos nos céus (Lc 10:20). Eles colocam a consciência de sua eleição contra os dardos inflamados das tentações do diabo, quando perguntam: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?" (Rom 8:33).
Erro 8 - Deus não decidiu, simplesmente com base em sua justa vontade, deixar ninguém na queda de Adão e no estado comum de pecado e condenação. Nem decidiu passar ninguém quando deu a graça, necessária para fé e conversão.
Refutação - Pois isto é certo: "Logo, tem ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz." (Rom 9:18). E também isto: "...Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido." (Mt 13:11). Igualmente: "...Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi de teu agrado." (Mt 11:25,26).
Erro 9 - Deus envia o Evangelho a um povo mais que a um outro, não meramente e somente por causa do bom propósito de sua vontade, mas por ser este melhor e mais digno que o outro, ao qual o Evangelho não é comunicado.
Refutação - Moisés nega isto quando se dirige ao povo de Israel dizendo: "Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR teu Deus, a terra e tudo o que nela há. Tão-somente o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar: a vós outros, descendentes deles escolheu de todos os povos, como hoje se vê." (Dt 10:14, 15). E Cristo diz: "Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, com pano de saco e cinza." (Mt 11:21).
CAPÍTULO 2
A MORTE DE CRISTO
E A REDENÇÃO DO HOMEM POR MEIO DELA
1. Deus é não só supremamente misericordioso mas também supremamente justo. E como Ele se revelou em sua Palavra, sua justiça exige que nossos pecados, cometidos contra sua infinita majestade, sejam punidos nesta vida e na futura, em corpo e alma. Não podemos escapar destas punições a menos que seja cumprida a justiça de Deus.
2. Por nós mesmos, entretanto, não podemos cumprir tal satisfação nem podemos livrar a nós mesmos da ira de Deus. Por isso Deus, em sua infinita misericórdia deu seu Filho único como nosso Fiador. Por nós, ou em nosso lugar, Ele foi feito pecado e maldição na cruz para que pudesse satisfazer a Deus por nós.
3. Esta morte do Filho de Deus é o único e perfeito sacrifício pelos pecados, de valor e dignidade infinitos, abundantemente suficiente para expiar os pecados do mundo inteiro.
4. Essa morte é de tão grande poder e valor porque quem se submeteu a ela, é não apenas verdadeira e perfeitamente santo homem, mas também o Filho único de Deus. Ele é Deus eterno e infinito junto ao Pai e ao Espírito Santo. Assim devia ser nosso Salvador. Além disto, Ele sentiu, quando morria a ira e a maldição de Deus que nós merecemos, pelos nossos pecados.
5. A promessa do Evangelho é que todo aquele que crer no Cristo crucificado não pereça mas tenha vida eterna. Esta promessa deve ser anunciada e proclamada sem discriminação a todos os povos e a todos os homens, aos quais Deus em seu bom propósito envia o Evangelho, com a ordem de se arrepender e crer.
6. Muitos que têm sido chamados pelo Evangelho não se arrependem nem crêem em Cristo, mas perecem na incredulidade. Isto não acontece por causa de algum defeito ou insuficiência no sacrifício de Cristo na cruz, mas por causa de sua própria culpa.
7. Mas aqueles que verdadeiramente crêem e, pela morte de Cristo, são libertos e salvos dos seus pecados e perdição, recebem tal benefício apenas por causa da graça de Deus, que lhes é dada, em Cristo, desde a eternidade. Deus não deve a ninguém tal graça.
8. Pois este foi o soberano conselho, a vontade graciosa e o propósito de Deus o Pai, que a eficácia vivificante e salvífica da preciosíssima morte de seu Filho fosse estendida a todos os eleitos. Daria somente a eles a justificação pela fé e por conseguinte os traria infalivelmente à salvação. Isto quer dizer que foi da vontade de Deus que Cristo por meio do sangue na cruz (pelo qual Ele confirmou a nova aliança) redimisse efetivamente de todos os povos, tribos, línguas e nações, todos aqueles e somente aqueles que foram escolhidos desde a eternidade para serem salvos, e Lhe foram dado pelo Pai. Deus quis que Cristo lhes desse a fé, que Ele mesmo lhes conquistou com sua morte, junto com outros dons salvíficos do Espírito Santo. Deus quis também que Cristo os purificasse de todos os pecados por meio do seu sangue, tanto do pecado original como dos pecados atuais, que foram cometidos antes e depois de receberem a fé. E que Cristo os guardasse fielmente até ao fim e finalmente os fizesse comparecer perante o próprio Pai em glória, "sem mácula, nem ruga" (Ef 5:27).
9. Este conselho, procedendo do amor eterno de Deus aos eleitos, tem sido poderosamente cumprido, desde o começo do mundo até hoje, ainda que as "portas do inferno" em vão tentem frustrá-lo. O conselho de Deus também continuará a ser cumprido. No devido tempo os eleitos serão unidos em um só rebanho, e sempre haverá uma Igreja de crentes fundada no sangue de Cristo. Esta Igreja ama firmemente seu Salvador (o qual como noivo deu na cruz sua própria vida por sua noiva), O serve com perseverança e O glorifica agora e para sempre.
REJEIÇÃO DE ERROS
Havendo explicado a doutrina ortodoxa, o Sínodo rejeita os seguintes erros:
Erro 1 - Deus o Pai destinou seu Filho à morte na cruz sem um decreto definido de determinadas pessoas. Mesmo que a redenção por Cristo conquistada de fato nunca tivesse sido aplicada a nem uma só pessoa, o que Ele alcançou pela sua morte podia ter sido necessário, proveitoso e valioso e podia permanecer perfeito, completo, e intacto em todas as suas partes.
Refutação - Esta doutrina é uma ofensa à sabedoria do Pai, ao mérito de Cristo e é contrária à Escritura. Pois o nosso Salvador afirma: "... dou a minha vida pelas ovelhas." e "eu as conheço..." (Jo 10:15, 27). E o profeta Isaías fala acerca do Salvador: "... quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos." (Is 53:10). Finalmente, este erro invalida o artigo de fé pelo qual confessamos a Igreja universal de Cristo.
Erro 2 - Não era propósito da morte de Cristo que Ele confirmasse de fato a nova aliança da graça pelo seu sangue. Mas era somente propósito que conquistasse para o Pai o mero direito de estabelecer de novo uma aliança com o homem, seja de graça seja de obras, conforme a vontade do Pai.
Refutação - Isto contradiz a Escritura que ensina que Cristo se tornou o Fiador e Mediador de uma aliança superior, isto é, da nova aliança. Um testamento só se concretiza em caso de morte (Hb 7:22 e 9:15, 17).
Erro 3 - Por sua satisfação ao Pai, Cristo não mereceu para ninguém a salvação segura nem a fé pela qual esta satisfação para salvação é efetivamente aplicada. Ele obteve apenas para o Pai a possibilidade ou a vontade perfeita, para tratar de novo com o homem e para prescrever novas condições conforme sua vontade. Depende entretanto da livre vontade do homem para preencher estas condições. Portanto poderia acontecer que ninguém ou todos os homens preenchessem tais condições.
Refutação - Aqueles que ensinam este erro desprezam a morte de Cristo e não reconhecem de maneira nenhuma o seu mais importante resultado ou benefício. Eles evocam do inferno o erro pelagiano.
Erro 4 - A nova aliança da graça, que Deus o Pai, mediante a morte de Cristo, estabeleceu com o homem, não consiste nisso que nós estamos justificados diante de Deus e salvos pela fé se ela aceita o mérito de Cristo. Ela consiste no fato de que Deus revogou a exigência de perfeita obediência à lei e considera agora a própria fé e a obediência de fé, ainda que imperfeitas, como a perfeita obediência à lei. Ele acha, em sua graça, que elas sejam dignas da recompensa da vida eterna.
Refutação - Os que ensinam isto contradizem a Escritura: "...sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé..." (Rom 3:24, 25). Eles introduzem, junto com o ímpio Socino, uma nova e estranha justificação do homem diante de Deus, contrária ao consenso da Igreja inteira.
Erro 5 - Todas as pessoas têm sido aceitas por Deus, de tal maneira que estão reconciliadas com Ele e participam da aliança. Por isso ninguém está sujeito à condenação ou será condenado por causa do pecado original. Todos estão livres da culpa deste pecado.
Refutação - Esta opinião contraria a Escritura que ensina que nós somos "por natureza filhos da ira" (Ef 2:3).
Erro 6 - Deus, por sua parte, quer dar a todas as pessoas igualmente os benefícios conquistados pela morte de Cristo. Entretanto algumas obtêm o perdão de pecados e a vida eterna, e outras não. Esta distinção depende de sua própria livre vontade que se junta à graça que é oferecida sem distinção. Mas não depende do dom especial da misericórdia que opera tão poderosamente nestas pessoas, que elas, diferentes de outras, se apropriam desta graça.
Refutação - Os que ensinam assim abusam da distinção entre aquisição e apropriação da salvação para implantar esta opinião nas mentes de pessoas imprudentes e sem experiência. Enquanto eles simulam apresentar esta distinção da maneira correta, procuram induzir na mente do povo o perigoso veneno dos erros pelagianos.
Erro 7 - Cristo não podia nem precisava morrer, nem morreu de fato, por aqueles a quem Deus amou supremamente e elegeu para a vida eterna, visto que estes não precisavam da morte de Cristo.
Refutação - Esta doutrina contradiz o apóstolo, que declara: O Filho de Deus "me amou e a si mesmo se entregou por mim." (Gl 2:20). Igualmente: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu..." por eles (Rom.8:33, 34). E o Salvador assegura: "...dou a minha vida pelas ovelhas." (Jo 10:15). E mais: "O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos." (Jo 15:12, 13).
CAPÍTULOS 3 e 4
A CORRUPÇÃO DO HOMEM,
A SUA CONVERSÃO A DEUS E O MODO DELA
1. No princípio o homem foi criado à imagem de Deus. Foi adornado em seu entendimento com o verdadeiro e salutar conhecimento de Deus e de todas as coisas espirituais. Sua vontade e seu coração eram retos, todos os seus afetos puros; portanto, era o homem completamente santo. Mas, desviando-se de Deus sob instigação do diabo e pela sua própria livre vontade, ele se privou destes dons excelentes. Em lugar disso trouxe sobre si cegueira, trevas terríveis, leviano e perverso juízo em seu entendimento; malícia, rebeldia e dureza em sua vontade e seu coração; também impureza em todos os seus afetos.
2. Depois da queda, o homem corrompido gerou filhos corrompidos. Então a corrupção, de acordo com o justo julgamento de Deus, passou de Adão até todos os seus descendentes, com exceção de Cristo somente. Não passou por imitação, como os antigos pelagianos afirmavam, mas por procriação da natureza corrompida.
3. Portanto, todos os homens são concebidos em pecado e nascem como filhos da ira, incapazes de qualquer ação que o salve, inclinados para o mal, mortos em pecados e escravos do pecado. Sem a graça do Espírito Santo regenerador nem desejam nem tampouco podem retornar a Deus, corrigir suas naturezas corrompidas ou ao menos estar dispostos para esta correção.
4. É verdade que há no homem depois da queda um resto de luz natural. Assim ele retém ainda alguma noção sobre Deus, sobre as coisas naturais e a diferença entre honrado e desonrado e pratica um pouco de virtude e disciplina exterior. Mas o homem está tão distante de chegar ao conhecimento salvífico de Deus e à verdadeira conversão por meio desta luz natural que ele não a usa apropriadamente nem mesmo em assuntos cotidianos. Antes, qualquer que seja esta luz, o homem totalmente a polui de maneiras diversas e a detém pela injustiça. Assim ele se faz indesculpável perante Deus.
5. O que foi dito sobre a luz da natureza vale também com relação à lei dos Dez Mandamentos, dada por Deus através de Moisés, particularmente aos judeus. A lei revela como é grande o pecado e mais e mais convence o homem de sua culpa, mas não aponta o remédio nem dá a força para sair desta miséria. A lei ficou sem força pela carne e deixa o transgressor debaixo da maldição. Por esta razão o homem não pode obter a graça salvadora através da lei.
6. Aquilo que a luz natural nem a lei podem fazer, Deus o faz pelo poder do Espírito Santo e pela pregação ou ministério da reconciliação, que é o Evangelho do Messias. Agradou a Deus usar este Evangelho para salvar os crentes, tanto na antiga quanto na nova aliança.
7. No Antigo Testamento Deus revelou este mistério da sua vontade apenas a poucas pessoas. No Novo testamento, entretanto, Ele retirou a distinção entre os povos e revelou o mistério a muito mais pessoas. Esta distribuição distinta do Evangelho não é causada pela maior dignidade de um certo povo, nem pelo melhor uso da luz da natureza, mas pelo soberano bom propósito e amor imerecido de Deus. Portanto eles que recebem tão grande graça, além e ao contrário de tudo que merecem, devem reconhecer isto com coração humilde e agradecido. Mas eles devem com o apóstolo adorar a severidade e justiça dos julgamentos de Deus sobre aqueles que não recebem esta graça. Estes julgamentos de Deus, eles não devem, de maneira nenhuma, investigá-los curiosamente.
8. Mas tantos quantos são chamados pelo Evangelho, seriamente o são. Porque Deus revela séria e sinceramente em sua Palavra o que Lhe agrada, a saber, que aqueles que são chamados venham a Ele. Ele também seriamente promete descanso para a alma e vida eterna a todos que a Ele vierem e crerem.
9. Muitos são chamados através do ministério do Evangelho mas não vêm nem são convertidos. Não é a culpa do Evangelho, nem do Cristo que é oferecido pelo Evangelho, nem de Deus que chama através do Evangelho e inclusive confere vários dons a eles. Mas é sua própria culpa. Alguns deles não aceitam a Palavra da vida por descuido. Outros de fato a recebem, mas não em seus corações, e por isso, quando desaparece a alegria de sua fé temporária, viram as costas à Palavra. Ainda outros sufocam a semente da Palavra com os espinhos dos cuidados e prazeres deste mundo, e não produzem nenhum fruto. Isto é o que o Salvador ensina na parábola do semeador (Mt 13).
10. Outros que são chamados pelo ministério do Evangelho vêm e são convertidos. Isto não pode ser atribuído ao homem, como se ele se distinguisse por sua livre vontade de outros que receberam a mesma e suficiente graça para fé e conversão, como a heresia orgulhosa de Pelágio afirma. Mas isto deve ser atribuído a Deus: como Ele os escolheu em Cristo desde a eternidade, assim Ele os chamou efetivamente no tempo. Ele lhes dá fé e arrependimento; Ele os livra do poder das trevas e os transfere para o reino de seu Filho. Tudo isto Ele faz a fim de que eles proclamem as grandes virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, e se gloriem não em si mesmos mas no Senhor, como é o testemunho geral dos escritos apostólicos (Col 1:13; 1 Pe 2:9; 1 Cor 1:31).
11. Deus realiza seu bom propósito nos eleitos e opera neles a verdadeira conversão da seguinte maneira: Ele faz com que ouçam o Evangelho mediante a pregação e poderosamente ilumina suas mentes pelo Espírito Santo de tal modo que possam entender corretamente e discernir as coisas do Espírito de Deus. Mas pela operação eficaz do mesmo Espírito regenerador, Deus também penetra até os recantos mais íntimos do homem. Ele abre o coração fechado e amolece o que está duro, circuncida o que está incircunciso e introduz novas qualidades na vontade. Esta vontade estava morta, mas Ele a faz reviver; era má, mas Ele a torna boa; estava indisposta, mas Ele a torna disposta; era rebelde, mas Ele a faz obediente. Ele move e fortalece esta vontade de tal forma que, como uma boa árvore, seja capaz de produzir frutos de boas obras (I Cor 2:14).
12. Esta conversão é aquela regeneração, renovação, nova criação, ressurreição dos mortos e vivificação, tão exaltada nas Escrituras, a qual Deus opera em nós, sem nós. Mas esta regeneração não é efetuada pela pregação apenas, nem por persuasão moral. Nem ocorre de tal maneira que, havendo Deus feito a sua parte, resta ao poder do homem ser regenerado ou não regenerado, convertido ou não convertido. Ao contrário, a regeneração é uma obra sobrenatural, poderosíssima, e ao mesmo tempo agradabilíssima, maravilhosa, misteriosa e indizível. De acordo com o testemunho da Escritura, inspirada pelo próprio autor desta obra, regeneração não é inferior em poder à criação ou à ressurreição dos mortos. Consequentemente todos aqueles em cujos corações Deus opera desta maneira maravilhosa são, certamente, infalivelmente e efetivamente regenerados e de fato passam a crer. Portanto a vontade que é renovada não é apenas acionada e movida por Deus, mas ela age também, sob a ação de Deus, por si mesma. Por isso também se diz corretamente que o homem crê e se arrepende mediante a graça que recebeu.
13. Como Deus opera, os crentes, enquanto vivos, não podem entender completamente. Entretanto, porém, estão tranqüilos sabendo e sentindo que por esta graça de Deus eles crêem com o coração e amam seu Salvador.
14. Fé é, portanto, um dom de Deus. Isto não significa que Deus a oferece à livre vontade do homem, mas que ela é, de fato, conferida ao homem e nele infundida. Não é um dom no sentido de que Deus apenas concede poder para crer e depois espera da livre vontade do homem o consentimento para crer ou o ato de crer. Ao contrário, é um dom no sentido de que Deus efetua no homem tanto a vontade de crer quanto o ato de crer. Ele opera tanto o querer como o realizar, sim, opera tudo em todos. (Ef 2:8; Fp 2:13).
15. Esta graça Deus não deve a ninguém. Em troca de que seria Ele devedor ao homem? Quem tem primeiro dado a Ele para que possa ser retribuído? O que poderia Deus dever a alguém que nada tem de si mesmo a não ser pecado e falsidade? Aquele portanto, que recebe esta graça deve e rende eterna gratidão a Deus. Porém quem não recebe esta graça, nem valoriza estas coisas espirituais e tem prazer na sua própria situação, ou numa falsa segurança em vão se gaba de ter o que não tem. Além disto, quanto aos que manifestam sua fé e corrigem suas vidas, nós devemos julgar e falar da maneira mais favorável, de acordo com o exemplo dos apóstolos, pois o fundo do coração é desconhecido de nós. Quanto aos que ainda não foram chamados, nós devemos orar a Deus em seu favor, pois Ele é que chama à existência as coisas que não existem. De maneira nenhuma, porém, podemos ter uma atitude orgulhosa para com eles, como se nós tivéssemos realizado nossa posição distinta (Rom 11:35).
17. O homem não deixou, apesar da queda, de ser homem dotado de intelecto e vontade; e o pecado, que tem penetrado em toda a raça humana, não privou o homem de sua natureza humana, mas trouxe sobre ele depravação e morte espiritual. Assim também a graça divina da regeneração não age sobre os homens como se fossem máquinas ou robôs, e não destrói a vontade e as suas propriedades, ou a coage violentamente. Mas a graça a faz reviver espiritualmente, a cura, a corrige, e a dobra agradável e ao mesmo tempo poderosamente. Como resultado, onde dominava rebelião e resistência da carne, agora, pelo Espírito começa a prevalecer uma pronta e sincera obediência. Esta é a verdadeira renovação espiritual e liberdade da vontade. E se o admirável autor de todo bem não agisse desse modo conosco, o homem não teria esperança de levantar-se da sua queda por meio de sua livre vontade, pela qual ele, quando ainda estava em pé, se lançou na perdição.
18. A todo-poderosa operação de Deus pela qual Ele produz e sustenta nossa vida natural não exclui mas requer o uso de meios, pelos quais Ele quis exercer seu poder, de acordo com sua infinita sabedoria e bondade. Da mesma maneira a mencionada operação sobrenatural de Deus, pela qual Ele nos regenera, de modo nenhum exclui ou anula o uso do Evangelho, que o mui sábio Deus ordenou para ser a semente da regeneração e o alimento da alma. Por esta razão os apóstolos, e os mestres que os sucederam, piedosamente instruíram o povo acerca da graça de Deus, para sua glória e para humilhação de toda soberba do homem. Ao mesmo tempo eles não descuidaram de manter o povo, pelas santas admoestações do Evangelho, sob a ministração da Palavra, dos sacramentos e da disciplina.
Por isso aqueles que hoje ensinam ou aprendem na igreja não devem ousar tentar a Deus, separando aquilo que Ele em seu bom propósito quis preservar inteiramente unido. Pois a graça é conferida, através de admoestações, e quanto mais prontamente desempenhamos nosso dever, tanto mais este benefício de Deus, que opera em nós, se manifesta gloriosamente e sua obra prossegue da maneira melhor. A Deus somente toda glória eternamente, tanto pelos meios quanto pelo fruto e eficácia salvíficos.
REJEIÇÃO DE ERROS
Havendo explicado a doutrina ortodoxa, o Sínodo rejeita os seguintes erros:
Erro 1 - É impróprio dizer que o pecado original em si é suficiente para condenar toda a raça humana ou merecer castigo temporal e eterno.
Refutação - Isto contradiz o apóstolo que declara: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram." (Rom 5:12) E no verso 16 diz: "... o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação." E em Rom 6:23: "O salário do pecado é a morte."
Erro 2 - Os dons espirituais ou as boas qualidades e virtudes, tal como a bondade, santidade, justiça, não podiam estar na vontade do homem quando no princípio foi criado. Por isso também não podiam ter sido separados da sua própria vontade quando caiu.
Refutação - Este erro é contrário à descrição da imagem de Deus que o apóstolo dá em Ef 4:24, dizendo que ela consiste em justiça e santidade, que sem dúvida estão na vontade.
Erro 3 - Na morte espiritual os dons espirituais não são separados da vontade do homem. Porque a vontade como tal nunca tem sido corrompida mas apenas atrapalhada pelo obscurecimento do entendimento e pela desordem das afeções. Se estes obstáculos forem removidos, a vontade pode exercer seu livre poder inato. A vontade é por si mesma capaz de desejar e escolher ou não toda espécie de bem que lhe for apresentada.
Refutação - Esta é uma novidade e um engano, e tende a exaltar os poderes da livre vontade, contrário ao que o profeta Jeremias declara no cap. 17:9: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto...." E o apóstolo Paulo escreve: "Entre os quais (os filhos da desobediência) também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" (Ef 2:3).
Erro 4 - O homem não-regenerado não é realmente ou totalmente morto em pecados, ou privado de toda capacidade para fazer o bem. Ele ainda pode ter fome e sede de justiça e vida, e pode oferecer sacrifício de espírito contrito e quebrantado que agrada a Deus.
Refutação - Estas afirmações são contrárias ao testemunho claro da Escritura: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1; cf.vs.5). E, "...era continuamente mau todo o desígnio do seu coração" (Gn 6:5; cf.8:21). Além do mais, somente os regenerados e os bem-aventurados têm fome e sede da libertação da miséria, e da vida, e oferecem a Deus um sacrifício de espírito quebrantado (Sl 51:19 e Mt 5:6).
Erro 5 - O homem degenerado e carnal pode usar bem a graça comum (o que é a luz natural), ou os dons ainda lhe deixados após a queda. Assim ele, sozinho, pode alcançar, pouco a pouco e gradualmente, uma graça maior, isto é, a graça evangélica ou salvadora, e até a salvação. Dessa forma Deus, por seu lado, mostra-se pronto para revelar Cristo a todo homem, porque a todos Ele administra suficiente e efetivamente os meios necessários para conhecer Cristo, para crer e se arrepender.
Refutação - Tanto a experiência de todas as épocas como a Escritura testificam que isto não é verdade. "Mostra a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos" (Sl 147:19,20). "...o qual nas gerações passadas permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos" (At 14:16). E Paulo e seus companheiros foram "impedidos pelo Espírito Santo de pregar a Palavra na Asia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu" (At 16:6,7).
Erro 6 - Na verdadeira conversão do homem, Deus não pode infundir novas qualidades, novos poderes ou dons na vontade humana. Portanto a fé, que é o começo da conversão, e que nos dá o nome de crente, não é uma qualidade ou um dom outorgados por Deus mas apenas um ato do homem. Somente com respeito ao poder para alcançar a fé, pode se dizer que é um dom.
Refutação - Este ensino contradiz a Sagrada Escritura que declara que Deus infunde em nossos corações novas qualidades de fé, obediência e experiência de seu amor: "Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também nos corações lhas inscreverei" (Jr 31:33). E: "...derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca" (Is 44:3). E ainda: "...o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi outorgado" (Rom 5:5). O ensino arminiano também contraria a prática constante da Igreja, que ora com o profeta: "Converte-me, e serei convertido" (Jr 31:18).
Erro 7 - Esta graça pela qual somos convertidos a Deus é apenas um apelo gentil. Ou (como alguns explicam): Esta maneira de agir, que consiste em aconselhar é a mais nobre maneira de converter o homem e está mais em harmonia com a natureza do homem. Não há razão porque tal graça persuasiva não seja suficiente para tornar espiritual o homem natural. Em verdade, Deus não produz o consentimento da vontade a não ser através deste tipo de apelo moral. O poder da operação divina supera a ação de Satanás, Deus prometendo bens eternos e Satanás bens temporais.
Refutação - Isto é Pelagianismo por completo, e contrário a toda Escritura que conhece além deste apelo moral, outra operação, muito mais poderosa e divina: a ação do Espírito Santo na conversão do homem: "Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne" (Ez 36:26).
Erro 8 - Na regeneração do homem Deus não usa os poderes de sua onipotência de tal maneira que Ele dobra a vontade do homem, à força e infalivelmente, para fé e conversão. Mesmo sendo realizadas todas as operações da graça que Deus possa usar para converter o homem e mesmo que Deus tenha a intenção e a vontade de regenerá-lo, o homem ainda pode resistir a Deus e ao Santo Espírito. De fato freqüentemente resiste, chegando a impedir totalmente sua regeneração. Portanto ser ou não ser regenerado permanece no poder do homem.
Refutação - Isto é nada mais nada menos que anular todo o poder da graça de Deus em nossa conversão e sujeitar a operação do Deus Todo-Poderoso à vontade do homem. É contrário ao que os apóstolos ensinam: cremos "... segundo a eficácia da força do seu poder" (Ef 1:19), e: "...para que nosso Deus cumpra... com poder todo propósito de bondade e obra de fé..." (2 Ts 1:11), e também: "...pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e piedade..." (2 Pe 1:3).
Erro 9 - Graça e livre vontade são as causas parciais que operam juntas no início da conversão. Pela ordem destas causas a graça não precede à operação da vontade do homem. Deus não ajuda efetivamente a vontade do homem para sua conversão, enquanto a própria vontade do homem não se move e decide se converter.
Refutação - A Igreja Antiga há muito tempo já condenou esta doutrina dos Pelagianos, de acordo com a palavra do apóstolo: "Assim, pois, não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia" (Rom 9:16). Também: "Pois quem é que te faz sobressair? e que tens tu que não tenhas recebido?..." (1 Cor 4:7)? E ainda: "...porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:13).
CAPÍTULO 5
A PERSEVERANÇA DOS SANTOS
1. Aqueles que, de acordo com o seu propósito, Deus chama à comunhão do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e regenera pelo seu Santo Espírito, Ele certamente os livra do domínio e da escravidão do pecado. Mas nesta vida, Ele não os livra totalmente da carne e do corpo de pecado (Rom 7:24).
2. Portanto, pecados diários de fraqueza surgem e até as melhores obras dos santos são imperfeitas. Estes são para eles constante motivo para humilhar-se perante Deus e refugiar-se no Cristo crucificado. Também são motivo para mais e mais mortificar a carne através do Espírito de oração, e através dos santos exercícios de piedade, e ansiar pela meta da perfeição. Eles fazem isto até que possam reinar com o Cordeiro de Deus nos céus, finalmente livres deste corpo de morte.
3. Por causa dos seus pecados remanescentes e também por causa das tentações do mundo e de Satanás, aqueles que têm sido convertidos não poderiam perseverar nesta graça, se deixados ao cuidado de suas próprias forças. Mas Deus é fiel: misericordiosamente os confirma na graça, uma vez conferida sobre eles, e poderosamente preserva a eles na sua graça até o fim.
4. O poder de Deus, pelo qual Ele confirma e preserva os verdadeiros crentes na graça, é tão grande que isto não pode ser vencido pela carne. Mas os convertidos nem sempre são guiados e movidos por Deus, e assim eles poderiam, em certos casos, por sua própria culpa, se desviar da direção da graça, e ser seduzidos pelos desejos da carne e segui-los. Devem, portanto, vigiar constantemente e orar para que não caiam em tentação. Quando não vigiarem e orarem, eles podem ser levados pela carne, pelo mundo e por Satanás para sérios e horríveis pecados. Isto ocorre também muitas vezes pela justa permissão de Deus. A lamentável queda de Davi, Pedro e outros santos, descrita na Sagrada Escritura, demonstra isto.
5. Por tais pecados grosseiros, entretanto, eles causam a ira de Deus, se tornam culpados da morte, entristecem o Espírito Santo, suspendem o exercício da fé, ferem profundamente suas consciências e algumas vezes perdem temporariamente a sensação da graça. Mas quando retornam ao reto caminho por meio de arrependimento sincero, logo a face paternal de Deus brilha novamente sobre eles.
6. Pois Deus, que é rico em misericórdia, de acordo com o imutável propósito da eleição, não retira completamente o seu Espírito dos seus, mesmo em sua deplorável queda. Nem tão pouco permite que venham a cair tanto que recaiam da graça da adoção e do estado de justificado. Nem permite que cometam o pecado que leva à morte, isto é, o pecado contra o Espírito Santo e assim sejam totalmente abandonados por Ele, lançando-se na perdição eterna.
7. Pois, em primeiro lugar, em tal queda, Deus preserva neles sua imperecível semente da regeneração, a fim de que esta não pereça nem seja lançada fora. Além disto, através da sua Palavra e seu Espírito, certamente Ele os renova efetivamente para arrependimento. Como resultado eles se afligem de coração com uma tristeza para com Deus pelos pecados que têm cometido; procuram e obtêm pela fé, com coração contrito, perdão pelo sangue do Mediador; e experimentam novamente a graça de Deus, que é reconciliado com eles, adorando sua misericórdia e fidelidade. E de agora em diante eles se empenham mais diligentemente pela sua salvação com temor e tremor.
8. Assim, não é por seus próprios méritos ou força mas pela imerecida misericórdia de Deus que eles não caiam totalmente da fé e da graça e nem permaneçam caídos ou se percam definitivamente. Quanto a eles, isto facilmente poderia acontecer e aconteceria sem dúvida. Porém, quanto a Deus, isto não pode acontecer, de modo nenhum. Pois seu decreto não pode ser mudado, sua promessa não pode ser quebrada, seu chamado em acordo com seu propósito não pode ser revogado. Nem o mérito, a intercessão e a preservação de Cristo podem ser invalidados, e a selagem do Espírito tão pouco pode ser frustrada ou destruída.
9. Os crentes podem estar certos e estão certos desta preservação dos eleitos para salvação e da perserverança dos verdadeiros crentes na fé. Esta certeza é de acordo com a medida de sua fé, pela qual eles crêem com certeza que são e permanecerão verdadeiros e vivos membros da Igreja, e que têm o perdão de pecados e a vida eterna.
10. Esta certeza não vem de uma revelação especial, sem ou fora da Palavra, mas vem da fé nas promessas de Deus, que Ele revelou abundantemente em sua Palavra para nossa consolação. Vem também do testemunho do Espírito Santo, testificando com o nosso espírito de que somos filhos e herdeiros de Deus; e finalmente, vem do zelo sério e santo por uma boa consciência e por boas obras. E se os eleitos não tivessem neste mundo a sólida consolação de obter a vitória e esta garantia infalível da glória eterna, seriam os mais miseráveis de todos os homens (Rom 8:16,17).
11. No entanto, a Escritura testifica que os crentes nesta vida têm de lutar contra várias dúvidas da carne e, sujeitos a graves tentações, nem sempre sentem plenamente esta confiança da fé e certeza da perseverança. Mas Deus, que é Pai de toda a consolação, não os deixa ser tentados além de suas forças, mas com a tentação proverá também o livramento e pelo Espírito Santo novamente revive neles a certeza da perseverança (I Cor. 10:13).
12. Entretanto, esta certeza de perseverança não faz de maneira nenhuma que os verdadeiros crentes se orgulhem e se acomodem. Ao contrário, ela é a verdadeira raiz da humildade, reverência filial, verdadeira piedade, paciência em toda luta, orações fervorosas, firmeza em carregar a cruz e confessar a verdade e alegria sólida em Deus. Além do mais, a reflexão deste benefício é para eles um estímulo para praticar séria e constantemente a gratidão e as boas obras, como é evidente nos testemunhos da Escritura e nos exemplos dos santos.
13. Quando pessoas são levantadas de uma queda (no pecado) começa a reviver a confiança na perseverança. Isto não produz descuido ou negligência na piedade delas. Em vez disto produz maior cuidado e diligência para guardar os caminhos do Senhor, já preparados, para que, andando neles, possam preservar a certeza da perseverança. Quando fazem isto o Deus reconciliado não retira de novo sua face delas por causa do abuso da sua bondade paternal (a contemplação dela é para os piedosos mais doce que a vida e sua retirada mais amarga que a morte), e elas não cairão em tormentos mais graves da alma (Ef. 2:10).
14. Tal como agradou a Deus iniciar sua obra da graça em nós pela pregação do evangelho, assim Ele a mantém, continua e aperfeiçoa pelo ouvir e ler do Evangelho, pelo meditar nele, pelas suas exortações, ameaças, e promessas, e pelo uso dos sacramentos.
15. Deus revelou abundantemente em sua Palavra esta doutrina da perseverança dos verdadeiros crentes e santos, e da certeza dela, para a glória do seu Nome e para a consolação dos piedosos. Ele a imprime nos corações dos crentes, mas a carne não pode entendê-la. Satanás a odeia, o mundo zomba dela, os ignorantes e hipócritas dela abusam, e os heréticos a ela se opõem. A Noiva de Cristo, entretanto, sempre tem-na amado ternamente e defendido constantemente como um tesouro de inestimável valor. Deus, contra quem nenhum plano pode se valer e nenhuma força pode prevalecer, cuidará para que a Igreja possa continuar fazendo isso. Ao único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, sejam a honra e a glória para sempre. Amém!
REJEIÇÃO DE ERROS
Havendo explicado a doutrina ortodoxa, o Sínodo rejeita os seguintes erros:
Erro 1 - A perseverança dos verdadeiros crentes não é resultado da eleição ou um dom de Deus obtido pela morte de Cristo. É uma condição da nova aliança, que o homem deve cumprir pela sua livre vontade antes da assim chamada eleição decisiva, e justificação.
Refutação - A Escritura Sagrada testifica que a perseverança provém da eleição e é dada aos eleitos pelo poder da morte, ressurreição e intercessão de Cristo: "a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos" (Rom 11:7). Também: "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo?" (Rom 8:32-35)
Erro 2 - Deus de fato provê os crentes de suficientes forças para perseverar, e está pronto para preservar tais forças nele, se este cumprir seu dever; mas ainda que todas estas coisas tenham sido estabelecidas, que são necessárias para perseverar na fé e que Deus usa para preservar a fé, ainda assim dependerá da vontade humana se perseverar ou não.
Refutação - Esta idéia é abertamente pelagiana. Enquanto deseja libertar o homem, o faz usurpador da honra de Deus. Combate o consenso geral da doutrina evangélica que retira do homem todo motivo de orgulho e atribui todo louvor por este benefício somente à graça de Deus. É também contrário ao apóstolo que declara: "...o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Cor 1:8).
Erro 3 - Crentes verdadeiramente regenerados não só podem perder completa e definitivamente a fé justificadora, a graça e a salvação, mas de fato as perdem freqüentemente e assim se perdem eternamente.
Refutação - Esta opinião invalida a graça, justificação, regeneração e contínua preservação por Cristo. Ela é contrária às palavras expressas do apóstolo Paulo: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rom 5:8,9). É contrária ao apóstolo João: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando porque é nascido de Deus" (1 Jo 3:9). Também é contrária às palavras de Jesus Cristo: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" (Jo 10:28,29).
Erro 4 - Verdadeiros crentes regenerados podem cometer o pecado que leva à morte ou o pecado contra o Espírito Santo.
Refutação - Após o apóstolo João ter falado no 5º capítulo de sua 1ª carta, versos 16 e 17, sobre aqueles que pecam para morte e de ter proibido de orar por eles, logo acrescenta no verso 18: "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado, antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o maligno não lhe toca."
Erro 5 - Sem uma revelação especial não podemos ter nesta vida, nenhuma certeza da perseverança futura.
Refutação - Por tal doutrina o seguro consolo dos crentes verdadeiros nesta vida é tirado, e as dúvidas dos seguidores do papa são novamente introduzidas na igreja. As Escrituras Sagradas, entretanto, sempre deduzem esta segurança, não a partir de uma revelação especial e extraordinária, mas a partir das marcas dos filhos de Deus e das promessas mui firmes dEle. Especialmente o apóstolo Paulo ensina isto:"...nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que há em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom 8:39). E João escreve: "E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus nele. E nisto conhecemos que Ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu" (1 Jo 3:24).
Erro 6 - Por sua própria natureza a doutrina da certeza da perseverança e da salvação causa falsa segurança e prejudica a piedade, os bons costumes, orações e outros santos exercícios. Ao contrário, é louvável duvidar desta certeza.
Refutação - Esta falsa doutrina ignora o efetivo poder da graça de Deus e a operação do Santo Espírito, que habita em nós. Contradiz o apóstolo João que, em palavras explícitas, ensina o contrário: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque havemos de vê-Lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, como ele é puro." (1 Jo 3:2,3) Ainda mais, ela é refutada pelos exemplos dos santos tanto no Antigo como no Novo Testamento, que, não obstante estarem certos de sua perseverança e salvação, continuaram em oração e outros exercícios de piedade.
Erro 7 - A fé daqueles que crêem apenas por um tempo não é diferente da fé justificadora e salvadora, a não ser com respeito à sua duração.
Refutação - Em Mt 13:20-23 e Lc 8:13-15 Cristo mesmo indica claramente, além da duração, uma tríplice diferença entre os que crêem só por um tempo e os verdadeiros crentes. Ele declara que o primeiro recebe a semente em terra rochosa, mas o último em bom solo, ou seja, em bom coração; que o primeiro é sem raiz, mas o último tem firme raiz; que o primeiro não tem fruto, mas o último produz fruto em várias medidas, constante e perseverantemente.
Erro 8 - Não é absurdo o fato de alguém, tendo perdido sua primeira regeneração, nascer de novo e mesmo freqüentemente nascer de novo.
Refutação - Esta doutrina nega que a semente de Deus, pela qual somos nascidos de novo, seja incorruptível. Isto é contrário ao testemunho do apóstolo Pedro: "...pois fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível..." (I Ped. 1:23).
Erro 9 - Cristo em lugar algum orou para que os crentes perseverassem infalivelmente na fé.
Refutação - Isto contradiz ao próprio Cristo, que diz: "Eu, porém, roguei por ti" (Pedro) "para que a tua fé não desfaleça." (Lc 22:32). Também contradiz o apóstolo João que declara que Cristo não orava somente pelos apóstolos, mas também por todos aqueles que viessem a crer por meio da palavra deles: "Pai Santo, guarda-os em teu nome, que me deste...Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal." (Jo 17:11,15).
CONCLUSÃO
Esta é a declaração clara, simples, e sincera da doutrina ortodoxa com respeito aos Cinco Artigos de Fé disputados na Holanda; e esta é a rejeição dos erros pelos quais as Igrejas têm sido perturbadas, por algum tempo. O Sínodo de Dort julga a presente declaração e as rejeições serem tiradas da Palavra de Deus e conforme as Confissões das Igrejas Reformadas. Assim torna-se evidente que alguns agiram muito impropriamente e contrário à toda verdade, equidade e amor, desejando persuadir o povo do seguinte:
- A doutrina das Igrejas Reformadas com relação à predestinação e assuntos relacionados com ela, por seu caráter e tendência, desvia os corações dos homens da verdadeira religião.
- Ela é um ópio do diabo para a carne, bem como uma fortaleza para Satanás, onde permanece à espera por todos, fere multidões atingindo mortalmente a muitos com os dardos tanto de desespero quanto de falsa segurança.
- Faz de Deus o autor injusto do pecado, um tirano e hipócrita; é nada mais do que um renovado Estoicismo, Maniqueísmo, Libertinismo e Islamismo.
- Conduz a um pecaminoso descuido porque faz as pessoas crer que nada pode impedir a salvação dos eleitos, não importando como vivam, e que portanto podem, tranqüilamente, cometer os crimes mais horríveis. Por outro lado, se os reprovados tivessem produzido todas as obras dos santos, isto não poderia nem ao menos contribuir para a salvação deles.
- A mesma doutrina ensina que Deus tem predestinado e criado a maior parte da humanidade para a condenação eterna só por um ato arbitrário de sua vontade sem levar em conta qualquer pecado.
- Da mesma maneira pela qual a eleição é a fonte e a causa da fé e boas obras, a reprovação é a causa da incredulidade e impiedade.
- Muitos filhos inocentes de pais crentes são arrancados do seio de suas mães e, tiranicamente lançados no inferno, de tal modo que nem o sangue de Cristo, nem o batismo nem as orações da Igreja no ato do batismo lhes podem ser proveitosos.
Há muitas outras coisas semelhantes que as Igrejas Reformadas não apenas não confessam mas também repelem de todo coração.
Portanto, este Sínodo de Dort conclama em nome do Senhor a todos os que piedosamente invocam o nosso Salvador Jesus Cristo, que não julguem a fé das Igrejas Reformadas a partir das calúnias juntadas daqui e dali, nem tão pouco a partir de declarações pessoais de alguns professores, modernos ou antigos, que muitas vezes são citadas em má fé, distorcidas e explicadas de forma oposta ao seu sentido real.
Mas deve-se julgar a fé das Igrejas Reformadas pelas Confissões públicas destas Igrejas, e pela presente declaração da ortodoxa doutrina, confirmada pelo consenso unânime de cada um dos membros de todo o Sínodo.
Além do mais, o Sínodo adverte os caluniosos para que considerem o severo julgamento de Deus à espera deles, por falar falso testemunho contra tantas igrejas e contra as Confissões delas, e por conturbar as consciências dos fracos e por tentar colocar em suspeito, aos olhos de muitos, a comunidade dos verdadeiros crentes.
Finalmente, este Sínodo exorta todos os conservos no evangelho de Cristo a comportar-se em santo temor e piedade diante de Deus, quando lidarem com esta doutrina em escolas e igrejas.
Ao ensiná-la, tanto pela palavra falada quanto escrita, devem procurar a glória de Deus, a santidade de vida, e a consolação das almas aflitas. Seus pensamentos e palavras sobre a doutrina devem estar em concordância com a Escritura, de acordo com a analogia da fé. E devem abster-se de usar qualquer frase que exceda os limites prescritos pelo genuíno sentido das Escrituras
Sagradas para não dar aos frívolos sofistas boas oportunidades para atacar ou caluniar a doutrina das Igrejas Reformadas.
Que o Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o qual está sentado à direita do Pai e envia seus dons aos homens, nos santifique na verdade. Que Ele traga à verdade os que se desviaram dela, cale a boca dos caluniosos da sã doutrina e equipe os ministros fiéis da sua Palavra com o Espírito de sabedoria e discrição, para que tudo que falem possa ser para a glória de Deus e a edificação dos ouvintes. Amém.
sábado, 17 de outubro de 2009
De que lado você está? hereges X Reformados
Você Está Salvo?
"Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda".
2Coríntios 10,18
Alguns não-católicos ensinam que tudo o que você precisa fazer para obter a salvação é aceitar Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, e dessa forma a sua salvação está assegurada nessa vida. Você só tem que fazer um compromisso uma vez na vida e não importa o que faça pelo resto dela, pode estar certo de que irá para o céu quando morrer. Uma vez que você fez isso, é impossível que perca sua salvação. Esta linha de pensamento, entretanto, não é Bíblica e, na realidade, é um pecado de presunção.
Jesus não morreu para que pudéssemos pecar.
Vamos examinar a Sagrada Escritura e ver o que ela tem a dizer.
"Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Romanos 10,9
"Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Romanos 10,13
Isso é o que São Paulo disse. Alguns não-católicos usam esses dois versículos, tomados completamente fora de contexto, na tentativa de encontrar justificativas para sua crença falsa e fabricada pelo homem de que: "Uma vez salvo, sempre salvo".
Um texto sem contexto é só um pretexto.
Se eles ao menos lessem um pouco mais adiante no mesmo capítulo, veriam claramente o contexto de Romanos 10,9 e 13, e a falácia dessa falsa crença:
Romanos 10,14: "Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?"
Nesses versículos podemos ver que, a fim de ouvir de forma correta a palavra de DEUS para que creiam, está anexa uma condição.
Eles não podem "acreditar Nele" a não ser que tenham ouvido, e tenham ouvido de um pregador.
Este versículo se refere a qualquer pregador, mesmo um que seja falso (2Cr 11,12-15)?
Não, definitivamente não, pois a Sagrada Escritura ensina que que não podia ser qualquer pregador, mas somente um pregador que tivesse sido enviado por DEUS.
O próximo versículo vai nos ensinar justamente isso.
Romanos 10,15: "E como pregarão, se não forem enviados? Conforme está escrito (Isaías 52,7, Naum 1,15*), "Como são belos os pés dos que anunciam as boas novas!"" (Note por favor que "boas novas" é o significado da palavra "Evangelho".)
"E como pregarão se não forem enviados?" Enviados?
Se alguém foi enviado, então apela à razão o fato de que "alguém" tinha que fazer o envio. Não é verdade?
Por simples dedução, e por bom senso, precisa-se questionar, então: aqueles que foram enviados, foram enviados por quem?
Neste versículo podemos ver e ouvir o toque fúnebre da falsa crença "Uma vez salvo, sempre salvo".
A palavra para "enviado", conforme usada na língua grega, na qual o livro de Romanos foi escrito, é apostello.
Esta não soa como outra palavra Bíblica com a qual estamos todos familiarizados?
Apostello significa enviar numa missão. De apostello obtemos a palavra grega "apostolos", que significa "Apóstolo".
A palavra grega "Apostolos" significa "aquele que é enviado".
Então quem são os "eles" que são os enviados, e por quem "eles" são enviados?
A mesma palavra grega, apostello, é usada por Jesus Cristo quando falou aos seus "Apostolos" em João 20,21:
"Jesus disse-lhes outra vez: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós.""
É óbvio que aqueles que são enviados (apostello) por DEUS também recebem autoridade da parte de Jesus Cristo, que é DEUS.
Aquela autoridade foi delegada por Jesus Cristo somente aos Apóstolos.
Romanos 10,15 havia dito: "E como pregarão se não forem enviados?". Tenho que perguntar: "Enviados por quem e com qual autoridade?"
"Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia. Ele os enviaria a pregar..." Marcos 3,14
Então, aqueles que são enviados, o são com a autoridade que lhes foi dada por DEUS. Consequentemente, as únicas pessoas autorizadas a pregar são os Apóstolos, e aqueles que os seguiram em uma longa linha de sucessão, o ofício dos Bispos (Salmo 109,8, Atos 1,20).
São Paulo disse o seguinte:
"Ainda que eu me orgulhasse um pouco em demasia da autoridade que o Senhor nos deu, para vossa edificação e não para vossa ruína, não teria de que envergonhar-me." 2Coríntios 10,8
Além disso, há uns outros poucos mencionados na Escritura que foram designados diretamente pelo Senhor, tais como os setenta que foram enviados em Lucas 10,1.
Há outra palavra grega para enviado: é pempo.
Pempo é usada em versículos nos quais enviado significa não enviado com a autoridade de DEUS, assim como em Mateus 14,10.
Pregadores e ministros não-católicos terão trabalho para provar que foram enviados pela autoridade de DEUS já que não estão na linha de sucessão que vem desde os Apóstolos. Então esses homens pregam com qual autoridade?
"Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de DEUS; as que existem foram instituídas por DEUS. Assim, aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por DEUS; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a condenação."
Romanos 13,1-2
Nenhum daqueles pregadores e ministros não-católicos pode alegar que possui autoridade pastoral dada por DEUS, já que isso seria no máximo uma revelação privada, e não uma revelação pública Então como alguém poderia "provar" que se deve acreditar em sua alegação de que "DEUS me deu autoridade"? Qualquer um pode dar a desculpa de que "DEUS me disse". A história está repleta de hereges, criminosos, ditadores e déspotas que usaram este termo como suposta justificação para seus atos maléficos.
Em Lucas 10,16, Jesus diz: "Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou." Este é um versículo repleto de autoridade e também um versículo de infalibilidade. Este versículo também é sobre obediência àqueles que foram enviados. Há agora bem mais de 36.000 seitas não-católicas, cada uma delas com pelo menos um pregador e todas elas estão pregando alguma coisa diferente das outras. Então, levando-se em conta o fato de que só pode haver uma verdade e de que só se pode obedecer a uma única autoridade, qual daquelas dezenas de milhares é o modelo de obediência e tem a autoridade e a infalibilidade dada a ela por Jesus Cristo?
Qual daquelas dezenas de milhares poderia atribuir a si o que está escrito em Lucas 10,16?
"...quem vos rejeita, a mim rejeita,. e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou." Qual seria o outro proprósito desse trecho de Lucas 10,16 a não ser para ser aplicado àqueles que rejeitam os ensinamentos de seus "Apostolos" e seus sucessores através da única Igreja que Ele fundou?
Aqui está outro versículo que se assemelha a Lucas 10,16:
"Nós, porém, somos de Deus. Quem conhece a Deus, ouve-nos; quem não é de Deus, não nos ouve. É nisto que conhecemos o Espírito da Verdade e o espírito do erro."
1João 4,6
Agora que já colocamos Romanos 10,9-15 em contexto, fica claro que o versículo 15 nega qualquer idéia de "Uma vez salvo, sempre salvo" como conclusão prévia.
Mas isso não é tudo, pois há evidência para negar a falsa crença de que "Uma vez salvo, sempre salvo" em Romanos 10:
Romanos 10,16: "Mas não são todos que prestaram ouvido à boa nova. É o que exclama Isaías: "Senhor, quem acreditou na nossa pregação?""
Como pode alguém obedecer ao Evangelho se este for pregado por alguém que não foi enviado? E "nossa" se refere a quem?
"Nossa" se refere à pregação daqueles que foram enviados com a autoridade de DEUS.
Romanos 10,17: "Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo."
Então de onde provém "a pregação de Cristo" com verdade absoluta? Mais uma vez, vem daqueles que são enviados com autoridade para assim agirem, autoridade esta que lhes é dada por DEUS. A autoridade dada por DEUS é a única garantia para aqueles que são enviados de que vão pregar uma única verdade, e com a única autoridade. É a falta de autoridade da parte de DEUS que tem criado as dezenas de milhares de seitas não-católicas que vemos hoje em dia, com todas elas pregando sua própria interpretação individual da Escritura. A pregação delas nada mais é do que uma opinião pessoal.
A verdade se sustenta por si mesma. Ela vem de Jesus Cristo, que disse: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida" em João 14,6. A Verdade não depende de opiniões pessoais. Jesus Cristo disse que não se importa com as opiniões dos homens: Marcos 12,14.
Assim sendo, as opiniões da humanidade não têm nenhum peso na verdade doutrinal.
Romanos 10,18: "Pergunto, agora: Acaso não ouviram? Claro que sim! Por toda a terra correu a sua voz, e até os confins do mundo foram as suas palavras."
A voz de quem "correu por toda a terra e até os confins do mundo as suas palavras"?
Mais uma vez, é a daqueles que são enviados, os Apóstolos e seus sucessores, cujas palavras correram por toda a terra e foram até os confins do mundo, conforme ordenado pelo próprio Jesus Cristo aos Apóstolos em:
Mateus 28,18-20, "Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizarás em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo."
E em:
Atos 1,8: "Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo."
O que indiquei aqui para Romanos é uma lição a ser aprendida: que ninguém deveria jamais tirar um versículo ou dois foram de contexto a fim de promover uma falsa crença.
É impossível que alguém escreva um texto do qual qualquer pessoa possa tirar uma linha ou duas fora de contexto e distorcê-las para que signifiquem algo totalmente diferente do que o autor queria dizer. Tirando versículos de seu contexto, uma afirmação verdadeira pode ser facilmente transformada em algo diferente da verdade.
*Naum 1,15: "Eis que vem sobre as montanhas um mensageiro de boa nova (Evangelho), alguém que anuncia a paz!"
A montanha é a morada de DEUS, conforme indicado em muitos versículos.
Veja Ex 3,1, Sl 48,2-3, Is 2,2-3; 30,29; 65,25; 66,20, Jr 31,23, Ez 11,23; 20,40,
Dn 9,16,20, Joel 2,1; 3,17, Mq 4,1-2, Ag 1,8, Zc 8,3.
A montanha também prefigura a Igreja, que é a morada de DEUS.
Mt 5,14: a cidade que é construída sobre uma montanha e não pode ficar escondida é uma prefigura da Igreja altamente visível que Jesus Cristo fundou.
Explicação:
Da montanha de DEUS, aquele que traz o Evangelho, é o pregador enviado por DEUS.
Jesus pregou numa montanha: Mt 5,1
De uma montanha, Jesus por sua vez ordenou a Seus discípulos que pregassem a todas as nações: Mt 28,16-20. Numa montanha, Jesus multiplicou os pães e os peixes, que alimentaram 5000 pessoas: Jo 6,3-14
Jesus se transfigurou numa montanha: Mt 17,1-5, Mc 9,2, Lc 9,28-29
O topo das montanhas simboliza o topo da autoridade.
O próprio Jesus Cristo disse: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." Mateus 7,21
"A respeito de Israel, exclama Isaías: Ainda que o número de filhos de Israel fosse como a areia do mar, SÓ UM RESTO SERÁ SALVO...'" Romanos 9,27
"Irmãos, o desejo do meu coração e a súplica que dirijo a DEUS por ELES são para que se salvem. Pois lhes dou testemunho de que têm zelo por DEUS, mas um zelo SEM DISCERNIMENTO. Desconhecendo a justiça de DEUS e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de DEUS. Porque Cristo é o fim da lei, para justificar todo aquele que crê." Romanos 10,1-4.
S. Paulo diz claramente que somente um resto da nação judaica será salvo, os que não rejeitaram Jesus Cristo como o Messias. Nesses versículos, Ele se dirige aos judeus que ainda estavam se agarrando às tradições da Antiga Aliança judaica.
Entretando, em Mateus 7,21, Jesus Cristo falou para todos nós, e afirmou claramente que temos que fazer a vontade do Pai. Fazer algo requer esforço, obra. Esta obra é guardar os mandamentos. Aqueles que não guardam os mandamentos não entrarão no céu.
Isso soa para você como: "Uma vez salvo, sempre salvo?"
Jesus Cristo nos redimiu e ganhou para nós a salvação. As Portas do Céu foram abertas, mas nenhum de nós pode simplesmente "entrar" e reivindicar residência sem obedecer à vontade do Pai.
Outro versículo que eles usam para tentar sustentar a equivocada doutrina do "Você está Salvo" é João 10,28.
"Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão."
Veja também João 6,37: "...e o que vem a mim não o lançarei fora."
Ambos os versículos significam que Jesus Cristo será leal a nós e nunca nos lançará fora.
Entretanto, ele deixou em aberto o fato de que podemos simplesmente pular fora de sua mão e nos afastarmos Dele, se não guardarmos sua Palavra.
Aqui está ainda mais um versículo usado por aqueles que dizem que estão "salvos" para sempre.
"Com efeito, de tal modo DEUS amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3,16
À primeira vista nos parece, ao examinar este versículo, que tudo o que se tem que fazer para ser salvo é acreditar em Jesus Cristo. Mais uma vez, quando o versículo é compreendido de acordo com o texto grego original, não é este absolutamente o caso. Quando o palavreado grego é analisado, o argumento deles é jogado fora da vinha como mais um galho estéril deveria ser.
A palavra grega usada aqui para "crer" é "Pisteuvw", que toma a forma inglesa de "Pisteuo". Esta palavra grega significa: acreditar, confiar em e "obedecer". "Obedecer" involve obras, o que significa que devemos dar bons frutos.
"Por que me chamais: Senhor, Senhor... e não fazeis o que digo? "Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica, e vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída. Mas aquele que as ouve e não as observa é semelhante ao homem que construiu a sua casa sobre a terra movediça, sem alicerces. A torrente investiu contra ela, e ela logo ruiu; e grande foi a ruína daquela casa."
Lucas 6,46-49
Esses versículos são poderosos contra "Uma vez salvo sempre salvo". Vamos fazer brilhar uma luz forte sobre eles.
Não-católicos acreditam que tudo o que precisamos fazer é ouvir Suas palavras e aceitá-las e então estamos salvos. Entretanto, Jesus diz que não somente devemos ouvir Suas palavras, também FAZER O QUE ELE NOS DIZ.
Aqui está somente um exemplo de muitos, um caso a apontar:
Jesus disse em João 10,16, "...e haverá um só rebanho e um só pastor." E em João 17,21, "...para que todos sejam um."
Nesses dois versículos temos somente um exemplo de muitos que poderia listar. Dito isto, tenho que perguntar: "Já que existem agora no mundo umas 37,000 seitas não-católicas (rebanhos), como pode alguma delas alegar que obedece as palavras de Jesus quando Ele nos ordenou que fôssemos um?" Se elas não obedecem às Suas palavras, então a Escritura já deixou bem explícito que a casa delas está construída sem fundações sólidas e que irá ruir.
As 37.000 seitas que existem agora provam o suficiente que aquelas palavras de Jesus se tornaram realidade.
Se aqueles versículos de Lucas 6,46-49 são ignorados pelas dezenas de milhares de seitas, então o versículo seguinte tem que ser também ignorado por elas:
"Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir;..."" Mt 12,25
Unidos vencemos. Divididos somos vencidos.
Você pode ser um ramo ligado à vinha, mas quem é o agricultor?
"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto."
João 15,1-2
"Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo."
2Cr 5,10
Leia Mateus 22,8-14, a parábola da festa de casamento. Aquele que não estava com as vestes adequadas foi lançado nas trevas exteriores onde havia choro e ranger de dentes.
Em Mateus 25,1-13 está a parábola das dez virgens. Cinco não estavam preparadas para a chegada do Noivo (Cristo) e ficaram do lado de fora da festa de casamento pois a porta foi trancada.
Há mais outra parábola que se aplica ao nosso tópico. Em Mateus 13,47-50, o reino dos céus é comparado a uma rede lançada no mar e que apanha peixes de todos os tipos, tanto bons quanto maus. Os peixes bons são guardados, mas o que acontece aos ruins nos versículos 49-50? Eles são lançados na fornalha onde novamente há choro e ranger de dentes. Todos os peixes foram pegos na rede, mas todos eles foram salvos da fornalha?
Leia sobre as ovelhas e os cabritos em Mateus 25,31-46. Você provavelmente já percebeu que ambos acreditavam, mas notou também que só um grupo praticou obras? Qual foi o destino final daqueles que não fizeram boas obras? Veja os versículos 45-46. Já que os cabritos acreditavam, por que então não foram salvos também?
Está vendo? Você pode pensar que está "salvo", mas uma pessoa que não dá fruto é cortada fora. Agora você pode ver prontamente que a salvação depende de cada um de nós e das nossas ações frutíferas individuais de maneira muito importante.
Nada profano pode entrar no reino dos céus.
"Nela (na cidade santa, o céu) não entrará nada de profano nem ninguém que pratique abominações e mentiras, mas unicamente aqueles cujos nomes estão inscritos no livro da vida do Cordeiro." Apocalipse 21,27
Isso soa como "Uma vez salvo, sempre salvo?"
As pessoas que se encaixam nesse versículo não estão obedecendo à vontade de DEUS: os Dez Mandamentos.
"O vencedor herdará tudo isso; e eu serei seu DEUS, e ele será meu filho. Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte." Apocalipse 21,7-8
Isso soa como "Uma vez salvo, sempre salvo?"
Onde os mentirosos passam toda a eternidade mesmo se aceitam Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, mas não trabalham para sua salvação obedecendo aos Dez Mandamentos? Não são "Não levantar falso testemunho", e "Não matar" dois dos Dez Mandamentos?
De acordo com o grupo dos que acreditam no "Uma vez salvo, sempre salvo", você pode pecar tanto quanto quiser depois de ter aceito Jesus Cristo, e sua salvação está garantida, a despeito de tudo.
"Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só DEUS é bom. Se queres entrar na vida, OBSERVA OS MANDAMENTOS." "Quais?", perguntou ele. Jesus respondeu: "Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo.""
Mateus 19,17-19
Esses versículos disseram claramente que se nós não obedecermos aos mandamentos, não teremos a vida (eterna).
Então, se uma pessoa que pensa que está "salva", mente e comete adultério, como então reconcilia suas ações com Mateus 19,17-19 e Apocalipse 21,7-8 e 21,27?
Jesus realmente curou o homem no tanque em João 5,1-9, e mais tarde Ele lhe disse no versículo 14: "Eis que ficaste são; JÁ NÃO PEQUES, PARA NÃO TE ACONTECER COISA PIOR." Isso soa como "Uma vez salvo, sempre salvo"?
Aqui está ainda um outro exemplo: a mulher que foi apanhada em adultério em João 8,1-10. Jesus não deixou que ela fosse apedrejada até à morte, e no versículo 11, Ele disse: "Nem eu te condeno. VAI E NÃO TORNES A PECAR." Mais uma vez, Jesus a advertiu para que não pecasse novamente.
Que mensagem podemos tirar desses dois exemplos tirados de João 5 e 8? E se ambos pecaram de novo? No primeiro caso pareceria que, de fato, ALGO AINDA PIOR ACONTECERIA AO HOMEM e no segundo seria uma desobediência clara por parte da mulher com relação a uma ordem direta de Jesus. Repito: isso soa como: "uma vez salvo, sempre salvo"? De maneira nenhuma!
"Eis o momento para apelar para a paciência dos santos, dos fiéis, aos mandamentos de DEUS e à fé em jesus."
Apocalipse 14,12
Se já estamos "salvos", então qual é o propósito de obedecer aos mandamentos?
Então, podemos verdadeiramente dizer que estamos salvos? Se co-operamos com os mandamentos de DEUS, podemos ter esperança de que seremos salvos. Entretanto, não podemos presumir, como acreditam alguns não-católicos, que é um processo unilateral que Jesus completou sozinho. Ele fez a sua parte, agora cabe a cada um de nós fazer a sua, por meio de nossa co-operação com o Seu sacrifício ilimitado na cruz.
Como alguém pode conciliar a falsa doutrina feita por homens "uma vez salvo, sempre salvo" quando a Sagrada Escritura nos diz claramente: "Trabalhai na vossa salvação com temor e tremor."? Fl 2,12
Entretando, católicos percebem que mesmo cumprindo o que Nosso Senhor requer que façamos para a salvação, é impossível fazer isso sem o dom gratuíto da Sua graça.
A salvação é um processo em evolução durante toda a nossa vida. É uma luta que dura a vida inteira, como nos diz este versículo, mencionado anteriormente:
"Trabalhai na vossa salvação com temor e tremor." Fl 2,12
Este versículo está em confito direto com a noção de que "Uma vez salvo, sempre salvo".
Já que a salvação é um processo que dura a vida inteira:
Fomos salvos no passado: Rm 5,1-2; 8,24, Ef 2,5-8, 2Tm 1,9, Tt 3,5.
Estamos sendo salvos agora: Rm 5,9-10, 1Cr 1,18; 15,2, Fl 2,12, 1Pd 1,8-9; 2,1-2.
Seremos salvos no futuro: Mt 10,22; 24,13, Rm 13,11, 1Cr 3,12-15; 5,5, 2Tm 2,11-13, Ap 21,6-7.
Podemos perder nossa salvação:
Aqueles que acreditam no "Uma vez salvo, sempre salvo", presumem (presunção?) que estão inscritos no "Livro da Vida" (Dn 12,1) em tinta vermelha indelével e que não podem jamais ser removidos dele, não importa o quanto pequem.
Como eles poderiam explicar então Ex 32,33:
"O Senhor respondeu a Moisés: "Aquele que pecou contra mim, este apagarei do meu livro""?
Até mesmo São Paulo admitiu que poderia perder sua salvação:
"...Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros."
1Cr 9,27
E então há Rm 11,22, "Considera, pois, a bondade e a severidade de DEUS; severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, suposto que permaneças fiel a essa bondade; do contrário, também tu serás cortada."
"Tenho confiança no Senhor a vosso respeito, que de maneira alguma mudareis de sentir. Portanto, quem vos perturbar responderá por isto, seja quem for." Gl 5,10
"O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes." Lucas 12,47
"Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios." 2Pd 3,17
Isso é "uma vez salvo, sempre salvo"? Então, o que acontece com aqueles que caem nesta armadilha?
Confira novamente João 10,28, citado anteriormente neste artigo, onde eu disse que podemos simplesmente pular fora de Sua mão e nos afastarmos Dele.
Quem são aqueles que interpretam falsamente esses versículos e lhes fazem vista grossa?
"Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. DESSAS COISAS VOS PREVINO, COMO JÁ VOS PREVENI; OS QUE AS PRATICAREM NÃO HERDARÃO O REINO DE DEUS." Gl 5,19-21
Mais uma vez, isso soa como "Uma vez salvo, sempre salvo"?
Quem pode ignorar Mt 25,31-46, onde o pastor separará as ovelhas dos cabritos e os bons receberão a recompensa enquanto que os amaldiçoados irão para o fogo eterno?
Veja também: Mt 6,14-15; 7,21; 24,44-51, Marcos 11,26, Lucas 10,16, João 14,21, Rm 11,22, e Ap 21,8.
Perseverança em fazer a vontade do Pai:
Este virtude nos levará ao nosso objetivo:
"...mas aquele que perseverar até o fim será salvo." Mt 10,22; 24,13
Perceba que esses versículos não dizem que nós estamos salvos, mas sim que seremos...verbo no futuro do presente. O que significa "perseverar"? Por que alguém deveria se preocupar com perseverança se já está salvo?
"A vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam a glória, a honra e a imortalidade; mas ira e indignação aos contumazes, rebeldes à verdade e seguidores do mal." Rm 2,7-8
"Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos." Gl 6,9
"Não percais esta convicção a que está vinculada uma grande recompensa, pois vos é necessária a perseverança para fazerdes a vontade de DEUS e alcançardes os bens prometidos:" Hb 10,35-36
"Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que DEUS prometeu aos que o amam." Tg 1,12
"Mas aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera, não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor fiel do preceito, este será feliz no seu proceder." Tg 1,25
"Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor." Tg 5,10
"Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." 2Pd 1,10-11
Bem, esse versículo deixa bem claro que você precisa de boas obras para assegurar sua salvação.
"Uma vez salvo, sempre salvo" já não soa tão promissor, não é mesmo?
"Ao vencedor darei de comer do fruto da árvore da vida, que se acha no paraíso de DEUS."
Ap 2,7
"Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio vai lançar alguns de vós na prisão para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias. Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida." Ap 2,10
"Então ao vencedor, ao que praticar minhas obras até o fim, dar-lhe-ei poder sobre as nações pagãs." Ap 2,26
"Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia."
1Cr 10,12
Vamos colocar este versículo em seu contexto para que possamos conhecer a verdade com relação ao que São Paulo queria dizer aqui:
Começando por 1Cr 10,1-4, todos acreditavam e pensavam que seriam salvos. Nos versículos 5-10 alguns se perderam por várias razões devido ao pecado (surpresa!!!). O versículo 11 é uma advertência para aqueles que proclamam hoje em dia que estão salvos. O fim dos tempos também se aplica aos dias de hoje. No versículo 12, aqueles que pensam estar de pé (estarem salvos) estão sujeitos a cair.
Vamos agora voltar ao versículo 9: "Nem tentemos o Senhor...".
Não estamos tentando DEUS quando alegamos que estamos salvos?
Agora temos que ler este próximo versículo novamente para responder àquela pergunta.
"Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda."
2Cr 10,18
E este aqui?
"De nada me acusa a consciência; contudo, nem por isso sou justificado. Meu juiz é o Senhor."1Cr 4,4
Não estão aqueles que alegam já estarem salvos prejulgando a si mesmos e tentando lograr o julgamento de DEUS?
Veja também estes versículos adicionais: João 15,4-10, 1Cr 15,58, Ef 4,14; 6,10-17, 1Ts 3,8; 5,21-22, 2Ts 2,15-17,
Hb12,1-15; 13,9, Tg 1,4; 2,14-26, 1Pd 1,4-7; 5,8, Ap 2,17; 3,5; 11-12; 21; 21,7
Preciso advertir a todos aqueles que pensam que já estão salvos de que é pecado de presunção acreditar nessa falsa doutrina inventada protestante, conforme nos disse 1Cr 10,1-12 e 2Cr 10,18 na parte anterior.
Mostre-me um documento histórico genuíno escrito antes de 1500 que defina tal doutrina.
Eu sugeriria que lesse novamente Mt 25,31-46. Verá naqueles versículos que tanto as ovelhas quanto os cabritos pensavam que seriam salvos, mas o pecado de presunção estava sobre os cabritos e estes foram rejeitados, simplesmente porque não praticaram boas obras.
De forma totalmente clara, a Sagrada Escritura nos mostra que a falsa doutrina de que uma vez salvo, sempre salvo não tem nenhuma base Escritural.
"Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade, as três. Porém, a maior delas é a caridade."
1Cr 13,13
Então se você é salvo somente pela fé, então qual é o propósito da Escritura nos dizer para termos esperança? Não haveria necessidade de esperança se já estivéssemos salvos. O que este versículo diz sobre a caridade?
Diz que a caridade é maior do que a fé. Aqueles que acreditam que são salvos somente pela fé não estão insinuando que a fé é maior do que a caridade? Não estão eles ignorando tanto a esperança quanto a caridade?
Mencionei acima o ano de 1500 por uma razão. Foi Martinho Lutero quem "inventou" a falsa doutrina de que "Uma vez salvo, sempre salvo" quando acrescentou a palavra "somente" em Romanos 3,28 na sua tradução para o alemão da Sagrada Escritura. O versículo então ficou deste jeito: "...um homem é justificado somente pela fé". Essa ação da parte dele foi embaraçosa para os outros reformadores, e por conta disso você não vai encontrar a palavrinha "somente" em Romanos 3,28 na versão King James ou em qualquer outra Bíblia protestante a não ser na de Lutero.
Aqui está uma citação de Martinho Lutero com relação a "Uma vez salvo, sempre salvo":
"Seja um pecador e peque atrevidamente, mas creia e se rejubile em Cristo ainda mais atrevidamente... Nenhum pecado nos separará do Cordeiro, mesmo que tenhamos cometido fornicação e assassinato mil vezes por dia."
Martinho Lutero, carta a Melanchthon, Primeiro de agosto de 1521
E quanto aos versículos que citei anteriormente a respeito do mandamento de Jesus para que "não pecasse mais".?
É este o significado de "Uma vez salvo, sempre salvo"?
Então podemos agora jogar fora os dez mandamentos, junto com montes de outros versículos?
Não, de jeito algum, de acordo com João 14,15: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos".
Como pode alguém de alguma forma conciliar essas Palavras de Cristo com a citação de Martinho Lutero que forneci acima?
Qual é a utilidade desse versículo de acordo com a teologia distorcida de Lutero?
E quanto a "Não cometerás adultério e não matarás?
Vamos acreditar nas palavras de Lutero ou nas Palavras de DEUS?
Você sabia que Martinho Lutero escreveu o obituário para a sua própria igreja?
Nessa citação de um de seus escritos, ele estava falando sobre "Salvo somente pela Fé (ou apenas)".
"Se este artigo permanece, a igreja permanece; se ele vem abaixo, a igreja vem abaixo."
Martinho Lutero, Exposição dos Salmos 130,4
Bom, Martinho, aquele seu "artigo" não permaneceu, mas na verdade veio abaixo.
Está vendo, você acrescentou a palavra "somente" em sua Bíblia em alemão no versículo Romanos 3,28
e ela foi removida pelos seus sucessores e jamais foi acrescentada em traduções para outras línguas.
Mostrei evidência mais do que ampla do colapso nos versículos inclusos neste escrito, então....?
O interessante é que as pessoas que acreditam no "Você Está Salvo" ou "Uma vez salvo, Sempre salvo" são as mesmas que censuram a Igreja Católica por canonizar santos. Ora, a palavra "Santo" significa uma pessoa que está no céu. Então, as pessoas que acreditam no "Uma vez salvo, sempre salvo" já estão canonizando a si mesmas. Em outras palavras, já que estou "salvo", "irei para o céu e, como todos os que estão no céu são santos, então já sou um santo".
"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram."
Mt 7,13-14
Parecer-me-ia que "Uma vez salvo, sempre salvo" é o caminho espaçoso pois não requer nenhum esforço da parte do indivíduo. O caminho espaçoso, de acordo com o ensinamento da Sagrada Escritura, não é o que leva à salvação eterna.
"Pois merece aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda."
2Coríntios 10,18.
Será que algum adepto do "Uma vez salvo, Sempre salvo" já leu esse versículo?
MAIS UMA VEZ, JESUS NÃO MORREU A FIM DE QUE PUDÉSSEMOS PECAR.
Este pensamento retorcido só pode ser obra de uma mente não esclarecida pelo Espírito Santo
1 João.2.v.1__”filinhos......
Se o seu pensamento se parece com este você deveria procurar a Igreja católica mais próxima de sua residência, pois você não faz parte do arraial dos reformados!!!
T.U.L.I.P
T.U.L.I.P - Os 5 Pontos do Calvinismo
T.U.L.I.P
Extraído dos Cânones de Dort e resumidos no acróstico TULIP.
TULIP - Acróstico formado pelas iniciais em inglês.
Depravação Total (Total Depravity)
Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Expiação Limitada (Limited Atonement)
Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)
T
A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a Queda do Homem) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os homens.Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). A depravação total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).A depravação total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a Queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Todas as falsas religiões são tentativas do homem de construir para si um deus que lhe seja propício. Porém, todas essas tentativas erram o alvo, pois o homem natural por si mesmo não quer buscar o verdadeiro Deus.Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15
U
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a eleição.A eleição incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 /Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17
L
Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos.A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-se com o Seus eleitos e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nele. Através do que Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS:1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9
I
Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Consequentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem.Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15
P
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu. A perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que professam a fé cristã estão garantidas para o céu. Somente os santos – os que são separados pelo Espírito – é que perseveram até o fim. São os crentes – aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nele. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo.A Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14
Que o amor em eleição incondicional de Deus a Graça irresistível de nosso Senhor Jesus Cristo e Comunhão do Espírito Santo que gera em nós a perseverança permanente para a salvação seja sobre todos os que Deus predestinou antes da fundação do mundo. Amém!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O evangelho do sofrimento

Eusébio de Cesaréia, em seu livro de história eclesiastica registra, o martírio de um cristão piedoso chamado "Romano"no II séc. Diz Eusébio:"Depois de se negar a prestar sacrifícios aos ídolos, recebeu de Deus uma visão em que milhares de homens e mulheres se aproximavam dos idolos e lhes prestavam culto, com um sentimento profundo de zelo pela verdade começou a gritar em alta voz a veracidade deste pecado, isto resultou em sua prisão e martírio, testemunhas afirmaram que seu semblante não desfalecia em nehum momento, mas pelo contrário seu sentimento de paz parecia aumentar, e após a sentença do juiz ele foi preso a uma estaca e terdando o carrasco Romano gritou " aonde está o fogo", o imperador para garantir que ele não persuadisse a ninguem com seu discurço( pregação ) mandou que lhe arrancassem a língua, e somente depois de alguns meses é que esse fiel diácono e exorcista ( esse conhecia de fato o que era batalha espiritual, muito mais do Rebeca...) foi finalmente introduzido no seu reino celestial e coroado com a coroa preparada para os eleitos antes da fundação do mundo. 2Tim.4.v.6-8_" a coroa de justiça me está guardada"...
Falar sobre este assunto parece meio utópico, mas contudo a autenticidade desta verdade deve ser sempre proclamada, pois essa geração de cristãos raquíticos espiritualmente precisa ser alimentada com o ensino verdadeiro das sagradas escrituras, foi Jesus que disse: " conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"( João.8.v.32 ). Nós devemos lutar para ensinar as pessoas que se aproximam de Cristo que uma das verdades ensinadas por ele foi que disse: "No mundo passais por aflições;"
Mas podemos falar ousadamente sobre a nossa triunfal e bendita esperança, pois fazemos coro com a voz dos apóstolos e unimos o nosso sangue ao dos mártires pois a as nossas esperanças são as mesmas, de um dia trocar os sapatos do cansaço por calsados de descanso, as calsas da responsabilidade humana, pelos shorts da suavidade da graça, a camisa de mangas longas pela camiseta da informalidade, e finalmente apagarmos as luzes das lâmpadas e sermos iluminados pela luz da eternidade.( Romanos.8.v.17-18 )
sábado, 26 de setembro de 2009
Sola Escriptura

Assim sendo, é impossível se submeter a esse modelo farisaico legalista e ao mesmo tempo ser fiel as sagradas escrituras. Qualquer cristão que possua um mínimo conhecimento bíblico exegético irá ler os textos usado por essa gente desonesta para ludribriar o povo sem conhecimento e chegara a conclusão óbvia de eles usam os textos bíblicos fora do seu contexto.As sagradas escrituras devem ser colocadas no mais alto patamar na comunidade eclesial, só as escrituras devem ser aceitas sem questionamentos, mas isso so é possivel atraves de um bom conhecimento de hermenêutica, por isso devemos pregar bíblia, cantar bíblia, orar com base na bíblia, eu sei que isso será a causa de muitos rompimentos, pois muitos lideres não estão dispostos a quebrar paradigmas em nome da fidelidade as escrituras, meu conselho aos leitores do blog e seguidores é que deixemos esse povo obstinado com suas doutrinas de demônios e dissoluções e sigamos com alegria a carreira que nos está proposta.( Mat.22.v.29; Marc.12.v.24; João.5.v.39 )
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Como separar os falsos dos autênticos

Ser pastor ou ministro de qualquer outra ordem a cada dia que passa está mais facil, pois o número de igrejas evangélicas ploriferam, e assim sendo só Deus sabe qual o critério usado nestas garagens de fundo de quintal, um exemplo claro da falta de preparo teológico de muitos "pastores" foi o exibido no programa do herege Eli Soriano, ontém e hoje, quando um tal pastor Marcos da Assembléia de Deus plena graça( mas no caso citado foi uma desgraça ) foi esculaxado, vilipendiado, humilhado, escarnecido, etc.O mais triste que as perguntas do herege eram as mais simples possíveis, e o infeliz do pastorzinho de fundo de quintal não soube responder, eu afirmo aos meus seguidires e acompanhantes do blog que assuntos mais complexos já abordei em sala de aula aos meus alunos da Fatef.Homens como este pastor Marcos prestam um mal testemunho do evangélho de Cristo.Mas a questão é como fazer distinção entro os autênticos e os falsos? e reposta se encontra nas recomendações das escrituras.
1-O Pastor que de fato foi chamado por Deus, não encara o ministério como uma fonte rendável.
em segunda carta de Pedro no capítulo 2 no versículo 3 , o Apóstolo nos ensina que o amor ao dinheiro é uma caracteristica inerente ao falso profeta, então podemos concluir que os falsos profetas tem como objetivo único ganhar dinheiro.
2-O pastor atêntico deve possuir de fato uma chamada diretamente vinda de Deus.( como Deus vai confirmar isto fica na conta da soberania de Dele )Atos.13.v.1-3; Efésios.4.v.11.
3-Dentre vários critérios para se ordenar um pastor que são descritos em 1 Tim.3, quero apenas destacar os que na minha opinião estão em maior evidência
a)Apto a ensinar.vers.2__Um ministro do evangélho possui como sua função principal a exposição do evangélho, sendo assim como pode einda no século 21 existir pastores analfabetos ou semi-analfabetos, pastores que não possuem o essencial conhecimento doutrinário da palavra de Deus , não possuem um ministério legítimo.( mesmo possuindo dons carismáticos sobrenaturais)
b)Liderar bem sua casa.vers.5__O nosso lar é a primeira igreja que possuimos, então se nossos filhos estão desviados e nossas esposas congregam em outras igrejas isto de fato é uma prova cabal de falta de estrutura familiar e consequentemente ministerial.( obs:não sou contra que pastores com problemas conjugais ou divorciados preguem ou ensinem, pois qualquer serviço na igreja e feito por intermédio da graça de Deus, sendo assim não podemos julgar ou enterrar o talento concedido por Deus a qualquer um de seus ministros.)
c) No vers.7 encontramos a seguinte expressão_"tenha bom testemunho dos de fora"; isto quer dizer que um ministro do evangélho não deve estar enrolado, devendo a ninguém, ou escandalizando o nome de cristo com brigas discursões em tons altos, fazendo assim que o nome de Deus seja envergonhado.
Leia o capítulo inteiro de 1 Timóteo.3
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Te gar cariti este sesomenoi

A palavra Salvação no grego original é soteria, que basicamente signifia livramento ou libertação.A partir daí, somos levados a uma reflexão peculiar no que diz respeito a Soteriologia(doutrina da salvação), que em minha opinião pessoal tem sido amplamente banalizada na pregação evangélica contemporânea, os pulpitos evangélicos, especialmente os neo-pentecostais, tem se pregado com muita veemência assuntos que de certo modo são até importantes, como por exemplo:cura divina, libertação de vícios etc, porém assuntos que são mais "compléxos"por assim dizer são deixados de lado.Primeiramente poderíamos comentar sobre a depravação total, doutrina esta que consiste na crença da incapacidade humana de mover-se em direção ao Eterno e a seu caracter justo."Quando a vontade está acorrentada como escrava do pecado, ela não pode fazer um movimento em direção a bondade, muito menos persegui-la firmemente"(João Calvino)
Agora o que nos resta entender senão o ensino apostólico de Paulo sobre a depravação total "pois todos pecaram, e carecem de glória da glória de Deus. (Romanos.3.v.23).Se todos pecaram, e esta frase sendo excludente, nos traz a idéia da incapassidade humana de se tornar obediente a vontade de Deus, assim sendo o homen caído em delitos e em pecados nunca(mesmo sendo cristão) desejará o bem, pois todos os seus sentidos foram corrompidos pelo pecado, um exemplo que fortalesse esse argumento e a declaração de Paulo em Efesios.2.v.1_"Ele nos deu vida estando "mortos em delitos e pecados", ora o que não podemos nos enganar na interpretação exegética do texto,não se trata aqui da morte física mas sim a morte espiritual, qual é então a conclusão lógica do texto, que assim como morto não fala, não ouve e não toma decisões, o pecador não é capaz de ser direcionado para Deus por suas próprias dirações pois estas foram corrompidas pelo pecado, assim podemos concluir esta breve meditação sobre este tema(depravação total) citanto Paulo em sua carta aos Romanos capítulo 6 versículo 23__"porque o salário do pecado é a morte", se todos pecaram logo estão todos mortos, assim sendo somente o ato ressucitador de Deus através de Cristo para trazer a vida o pecador.