terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nós presbiterianos somos institucionalmente e teologicamente contra a maçonaria



A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) tem uma posição definida quanto à questão maçônica. Listo, abaixo, extratos de algumas das resoluções do Supremo Concílio da IPB sobre a questão:
“CE-96-152 - Doc. CLII - ... 3.2) Recomendar través dos concílios da IPB que nenhum presbiteriano participe de qualquer seita ocultista incompatível com a Palavra de Deus”.
“SC-IPB-2002 - Doc. XCVIII – ... 5. Determinar que a partir de 2003 não sejam conduzidos ao oficialato membros da Igreja pertencentes à maçonaria”.
“SC-IPB-2006 - Doc. CIV – ... 1. Afirmar a incompatibilidade entre algumas doutrinas maçônicas, como as retromencionadas, com a fé cristã. 2. Determinar a não recepção de membros à comunhão da Igreja de pessoas oriundas da maçonaria, sem que antes elas renunciem à confraria. 3. Não eleger nem ordenar ao oficialato da Igreja aqueles que ainda estão integrados na maçonaria. 4. Orientar com mansidão e amor aos irmãos maçons a, por amor a Cristo e sua Igreja, deixarem a maçonaria. 5. Tratar com o máximo amor e respeito aqueles que ainda estão na maçonaria para que seu desligamento seja feito pelo esclarecimento do Espírito mais do que por coerção ou constrangimento”

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Imutabilidade de Deus; Razão para termos esperança


Malaquias.3 versículo. 6__Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
Segundo John A. Kohler, III : A imutabilidade de Deus é Sua “constância” ou o fato dEle ser “sempre-o-mesmo”. Deus é absolutamente perfeito e não pode mudar para melhor, nem mudar para pior. Embora tudo mais esteja em estado de constante mudança, Deus permanece o mesmo para sempre e sempre.
Definição Filosófica de Platão:
Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo, sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o bem.
Mas você pode se perguntar: em que a imutabilidade de Deus pode acrescentar em minha vida?; a resposta está no próprio texto em epígrafe.
1- Deus se identifica na primeira pessoa.  Isso na maior basicalidade pode significar que ele É em sí mesmo, auto existente, mas como poderíamos identifica-lo, bom na verdade de acordo com as escrituras, Deus é Espírito ( João.4.v.24), porém existe uma ótima definição teológica que gostaria de compartilhar: "
Ao longo da história, todas as culturas se fizeram esta pergunta; tanto é assim que os primeiros sinais de civilização se encontram geralmente no âmbito religioso e cultural. Crer em Deus está em primeiro lugar para o homem de qualquer época . A diferença essencial está em qual Deus se crê? De fato, em algumas religiões pagãs o homem adorava as forças da natureza, enquanto manifestações concretas do sagrado, e contavam com uma pluralidade de deuses, ordenada hierarquicamente. Na Grécia antiga, por exemplo, também a divindade suprema, em um panteão de deuses, era regida, por sua vez, por uma necessidade absoluta, que abarcava o mundo e os próprios deuses [2]. Para muitos estudiosos da história das religiões, em muitos povos ocorreu uma progressiva perda, a partir de uma “revelação originária”, do único Deus; mas, em todo caso, inclusive nos cultos mais degradados, podem ser encontradas chispas ou indícios em seus costumes da verdadeira religiosidade: a adoração, o sacrifício, o sacerdócio, o oferecimento, a oração, a ação de graças, etc.
A razão, tanto na Grécia como em outros lugares, tratou de purificar a religião, mostrando que a divindade suprema devia identificar-se com o Bem, a Beleza e o próprio Ser, enquanto fonte de todo bem, de todo o belo e de tudo o que existe. Mas isto sugere outros problemas, concretamente o afastamento de Deus por parte do fiel, pois desse modo a divindade suprema ficava isolada em uma perfeita autarquia, já que a mesma possibilidade de estabelecer relações com a divindade era vista como um sinal de fraqueza. Além disso, tampouco fica solucionada a presença do mal, que aparece de algum modo como necessária, pois o princípio supremo está unido por uma cadeia de seres intermediários, sem solução de continuidade, ao mundo.
A revelação judaico-cristã mudou radicalmente este quadro: Deus é representado na Escritura como criador de tudo o que existe e origem de toda força natural. A existência divina precede absolutamente a existência do mundo, que é radicalmente dependente de Deus. Aqui está contida a idéia de transcendência: entre Deus e o mundo a distância é infinita e não existe uma conexão necessária entre eles. O homem e todo o criado poderiam não ser, e naquilo que são dependem sempre de outro; ao passo que Deus é, e é por si mesmo. Esta distância infinita, esta absoluta pequenez do homem diante de Deus, mostra que tudo o que existe é querido por Deus com toda sua vontade e sua liberdade: tudo o que existe é bom e fruto do amor (cfr. Gn 1). O poder de Deus não é limitado nem no espaço nem no tempo, e por isso sua ação criadora é dom absoluto: é amor. Seu poder é tão grande que quer manter sua relação com as criaturas; e inclusive salvá-las se, por causa de sua liberdade, se afastarem do Criador. Portanto, a origem do mal deve ser situada em relação com o eventual uso equivocado da liberdade por parte do homem – coisa que de fato ocorreu, como narra o Gênesis: vid. Gn 3 -, e não com algo intrínseco à matéria.
Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer que, em razão do que se acaba de mencionar, Deus é pessoa que atua com liberdade e amor. As religiões e a filosofia se perguntavam o quê é Deus; ao invés, pela revelação, o homem é levado a se perguntar quem é Deus (cfr. Compêndio, 37); um Deus que sai ao seu encontro e busca o homem para falar-lhe como a um amigo (cfr. Ex 33, 11). Tanto é assim que Deus revela a Moisés o seu nome, “Eu sou aquele que sou” (Ex 3, 14), como prova de sua fidelidade à aliança e de que o acompanhará no deserto, símbolo das tentações da vida. É um nome misterioso[3] que, em todo caso, nos dá a conhecer as riquezas contidas em seu mistério inefável: somente Ele é, desde sempre e para sempre, aquele que transcende o mundo e a história, mas que também se preocupa com o mundo e conduz a história. Ele foi quem fez o céu e a terra, e os conserva. Ele é o Deus fiel e providente, sempre junto a seu povo para salvá-lo. Ele é o Santo por excelência, “rico em misericórdia” (Ef 2, 4), sempre disposto ao perdão. Deus é o ser espiritual, transcendente, onipotente, eterno, pessoal e perfeito. Ele é a verdade e o amor” .
Assim, pois, a revelação se apresenta como uma novidade absoluta, um dom que o homem recebe do alto e que deve aceitar com reconhecimento de ação de graças e um obsequio religioso. Portanto a revelação não pode ser reduzida a meras expectativas humanas, vai muito mais além: ante a Palavra de Deus que se revela só cabe a adoração e o agradecimento, o homem cai de joelhos ante o assombro de um Deus, que, sendo transcendente, se faz interior intimo meu , mais próximo de mim que eu mesmo e que busca o homem em todas as situações de sua existência: “O criador do céu e da terra, o único Deus que é fonte de todo ser, este único Logos criador, esta Razão criadora, ama pessoalmente ao homem, mais ainda, ama-o apaixonadamente e quer, por sua vez, ser amado. Por isso, esta Razão criadora, que ao mesmo tempo ama, dá vida a uma história de amor (…), amor [que] se manifesta cheio de inesgotável fidelidade e misericórdia; é um amor que perdoa além de todo e qualquer limite”.
2- Deus é Senhor, isto nos traz uma ideia de governo, Deus governa o mundo e tudo o que nela ha  ( Salmo.24.v.1)
O Reino de Deus (Em grego: βασιλεία τοῦ θεοῦ basileia tou theou) designa um governo ou domínio em que tem Deus por soberano ou governante. Segundo o Gênesis, os primeiros humanos rebelaram-se deliberadamente contra a soberania de Deus, por isso, eles foram expulsos do Jardim do Éden.
O Reino de Deus é um conceito fundamental nas duas principais religiões abraâmicas existentes: o Judaísmo e mais notavelmente, o Cristianismo. Nesta última religião monoteísta, o Reino de Deus constitui o tema principal pregado por Jesus, através de parábolas.
O Reino de Deus, que foi inaugurado na terra por Cristo, está destinado a acolher todos os homens, mas foi primeiramente anunciado aos filhos de Israel. Este Reino foi já anunciado por João Baptista, que exortou as pessoas a arrependerem, porque está próximo o Reino dos Céus (Mt 3,2). Mais tarde, Jesus de Nazaré, o prometido Messias e Salvador da humanidade, foi baptizado e Ungido (Lc 3,30-31), começando assim o seu ministério, que centrou-se necessariamente em torno do Reino de Deus. Ele instruíu os seus apóstolos a pregar que está próximo o Reino dos Céus. Essas instruções seriam repetidas a todos os seus discípulos, a todos os cristãos (Mt 10,7; 24,14; 28,19-20; Act 1,8). A Bíblia inteira gira em torno da vinda do Messias e do Reino do Deus. Por conseguinte, o Reino de Deus, que é uma grande realidade misteriosa, tem um grande sentido profético e missionário na vida da Igreja Cristã.
Jesus, através de parábolas, convida todas as pessoas a entrar no Reino de Deus, ou seja, tornar-se discípulos d'Ele, para conhecer os mistérios do Reino dos Céus (Mt 13,11). Segundo o Catecismo da Igreja Católica, Jesus e a presença do Reino neste mundo estão secretamente no coração das parábolas. Para os que ficam "de fora" (Mc 4,11), tudo permanece enigmático. Jesus exorta os seus discípulos a buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6,33).
O Reino de Deus, que não terá fim e que já está no meio de nós (Lc 17, 21), é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17); é o fim último ao qual Deus nos chama; é obra do Espírito Santo; e é também um império eterno que jamais passará e…jamais será destruído (Dn 7,14).
Todas as pessoas que querem pertencer ao Reino de Deus precisam de converter-se, de realizar a vontade divina, de ter fé em Jesus e de acolher a sua palavra.[8] De facto, Jesus convida todas pessoas à conversão (um pré-requisito para o acesso ao Reino), a renunciar o mal e o pecado (um grande obstáculo para o acesso ao Reino) e a arrependerem os seus pecados e experimentarem o ilimitado perdão e misericórdia de Deus. Este apelo constitui a parte fundamental do anúncio do Reino de Deus: "Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15). Este apelo à conversão é especialmente para os não-cristãos e os pecadores, pois Jesus afirma que não vim chamar justos, mas pecadores (Mc 2,17) e que Deus Pai sentirá imensa alegria no céu por um único pecador que se arrepende (Lc 15,7). Esta conversão e remissão dos pecados (Mt 26,28) só foi possível pelo sacrífico de Jesus, Filho de Deus Pai, na cruz, constituindo a suprema prova do amor que Deus tem pelos homens.
Jesus afirmou que não entrará no Reino todo o que não o receber com a mentalidade de uma criança (Mc 10,15),[13] quem não nascer de novo[14] (Jo 3,3), aquele que não faz a vontade de meu Pai que está nos céus (Mt 7,21) e os injustos (1Cor 6,9).
Para ter acesso ao Reino de Deus, é preciso passarmos por muitas tribulações (Act 14,22) e também cumprir a Lei de Deus, porque aquele, portanto, que violar um só destes menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo [vai] ser chamado o menor no Reino dos Céus; aquele, porém, que os praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus (Mt 5,17-19).
As Bem-aventuranças, pregadas por Jesus no famoso Sermão da Montanha e que anunciam e revelam aos homens a verdadeira felicidade, são por isso também um grande anúncio da vinda do Reino de Deus através da palavra e acção de Jesus e também do carácter das pessoas que pertencem ao Reino. Jesus exorta as pessoas a seguir este carácter exemplar, para poderem depois entrarem no Reino de Deus, ou seja, para obterem a salvação e a vida eterna.
Uma vez inaugurada na Terra por Jesus, ninguém, nem mesmo Satanás, consegue travar e impedir a edificação e a realização final e perfeita do Reino de Deus. Mas, este Reino, enquanto não atingir a sua perfeição, é ainda atacado pelos poderes maus, embora estes já tenham sido vencidos em suas bases pela Morte na cruz e Ressurreição de Jesus. Satanás, um ser muito poderoso e maligno, só consegue atrasar a realização final do Reino na Terra, através do cultivo do ódio no mundo contra Deus.
Este Reino, para grande desapontamento de muitos judeus da altura, não vinha restabelecer o reinado temporal de Israel e não é um reino deste mundo, ou seja, não é um reino com características políticas, mas sim com características predominantemente espirituais. Resumindo, o Reino de Deus, que cresce como uma semente que Deus coloca no coração de cada homem (dimensão pessoal), é a plena instauração da lei do amor a Deus e ao próximo e terá a sua realização final e perfeita na vida do mundo que há-de vir, na nova Terra e no novo Céu implantados por Deus no fim dos tempos (dimensão universal).
3- Deus não muda:  Segundo Louis BERKHOF  " Em teologia, imutabilidade é o atributo divino segundo o qual Deus não pode mudar. Há muitas variantes de interpretação a respeito do alcance desta imutabilidade. Para a maior parte dos autores, é a natureza de Deus que não pode ser alterada por causa alguma."
este fato nos assegura a fidelidade de suas promessas, sua palavra, etc. Ainda que em alguma citações bíblicas nos encontramos afirmações de que Deus tenha se arrependido isso não passa de figura de linguagem ( Antropomorfismo ), Deus como ser infinito, é perfeito, e tudo pode e nenhum de seus planos pode ser frustrado ( Jó.42.v.2 )
segundo Arthur W. Pink imutabilidade pode ser comentada como: Esta é uma das perfeições divinas não suficientemente examinadas  É uma das excelências do Criador que O distinguem de todas as Suas criaturas. Deus é perpetuamente o mesmo: não sujeito a mudança nenhuma em Seu ser, em Seus atributos e em Suas determinações. Daí, Deus é comparado a uma rocha (Deuteronômio 32:4, etc.) que permanece inamovível quando todo o oceano circundante está numa condição de contínua oscilação, exatamente assim, conquanto sendo sujeitas a mudança todas as criaturas, Deus é imutável. Visto que Deus não tem princípio nem fim, não pode experimentar mudança. Ele é eternamente o "... Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tiago 1:17).
Primeiro, Deus é imutável em Sua essência. Sua natureza e Seu ser são infinitos e, assim, são sujeitos a mutação alguma, jamais houve tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de ser. Deus não evoluiu, nem cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre foi e sempre será. “...eu, o Senhor, não mudo...” (Malaquias 3:6) é a Sua afirmação categórica. Ele não pode mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo perfeito, não pode mudar para pior. Completamente imune de tudo quanto Lhe é alheio, é impossível melhoramento ou deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo. Somente Ele pode dizei “... EU SOU O QUE SOU..." (Êxodo 3:14). Ele é absolutamente livre da influência do curso do tempo. Não há um vinco sequer nos sobrolhos da eternidade. Portanto, o Seu poder jamais pode diminuir, nem Sua glória desvanecer-se.
Segundo, Deus é imutável em Seus atributos. Tudo que atributos de Deus eram antes do universo ser chamado à existência, são precisamente o mesmo agora, e permanecerão assim para sempre. E isto necessariamente, pois eles são as próprias perfeições, as qualidades essenciais do Seu ser, Semper idem (sempre o mesmo) está escrito em cada um deles. Seu poder é imbatível, Sua sabedoria não sofre diminuição. Sua santidade é imaculada. Os atributos de Deus não podem sofrer mudança mais do que a Deidade pode deixar de existir. Sua veracidade é imutável, pois a Sua Palavra “...permanece no céu” (Salmo 119:89). Seu amor é eterno: "...com amor eterno te amei...” (Jeremias 31:3) e "...como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim" (João 13:1). Sua misericórdia não cessa, pois, é "eterna" (Salmo 100:5).
Terceiro, Deus é imutável em Seu conselho. Sua vontade nunca muda. Talvez alguns estejam prestes a objetar que lemos, "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem... " (Gê­nesis 6;6). Nossa primeira resposta é: então as Escrituras se contradizem? Não, isso não pode ser. Números 23:19. É suficientemente claro; "Deus não é homem, para que minta: nem filho do homem, para que se arrependa..." (Números 23:19). Assim também em 1 Samuel 15:29: "... a Força de Israel não mente nem se arrepende: porquanto não é um homem para que se arrependa . A explicação é deveras simples. Quando fala de si mesmo, Deus freqüentemente acomoda a Sua linguagem às nossas capacidades limitadas. Ele Se descreve a Si mesmo como revestido de membros corporais como olhos, ouvidos, mãos, etc. Fala de Si como tendo despertado (Salmo 78:65) e como "madrugando" (Jeremias 7:13), apesar de que Ele não cochila nem dorme. Quando Ele estabelece uma mudança em Seu procedimento para com os homens, descreve a Sua linha de conduta em termos de arrepender-se.
Sim, Deus é imutável em Seu conselho. "Os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento" (Romanos 11:29). Só pode ser assim, pois, "... se ele está contra alguém, quem então o desviará? Que a sua alma quiser isso fará" (To 23:13). "Mudança e declínio vemos em tudo ao redor; Aquele que não muda, permaneça contigo onde quer que for". O propósito de Deus nunca se altera. Uma destas duas coisas faz com que um homem mude de opinião e inverta os seus planos: falta de previsão para antecipar tudo, ou ausência de poder para executar o que planeja. Mas visto que Deus é onisciente assim como é onipotente, nunca Lhe é necessário rever Seus decretos. Não, "O conselho do Senhor permanece para sempre: os intentos do seu coração de geração em geração" (Salmo 33:11). Portanto, podemos ler sobre "... a imutabilidade do seu conselho..." (Hebreus 6:17).
Aqui podemos perceber a distância infinita que separa do Criador a criatura mais elevada. Mutabilidade e criatura são termos correlatos, Se a criatura não fosse mutável por natureza, não seria criatura; seria Deus. Por natureza tendemos para o nada, como do nada viemos. Nada detém a nossa aniquilação, exceto a vontade e o poder sustentador de Deus. Ninguém pode manter-se nem por um momento. Dependemos do Criador para cada sorvo de ar que aspiramos. Alegremente concordamos com o salmista em que o Senhor sustenta "...com vida a nossa alma..." (Salmo 66:9). A compreensão disto deveria fazer com que nos prostrássemos sob o senso da nossa nulidade na presença daquele em quem “...vivemos, e nos movemos, e existimos...'' (Atos 17:28).
Como criaturas decaídas, não somente somos mutáveis, mas tudo em nós é oposto a Deus. Como tais, somos “...estrelas errantes... " (Judas 15), fora da nossa órbita. "...os ímpios são como o mar agitado que não se pode aquietar" (Isaías 57:20). O homem decaído é inconstante. As palavras de Jacó referentes a Rubem aplicam-se com força total a todos os descendentes de Adão; "Inconstante como a água..." (Gênesis 49:4), Desta maneira  não é apenas sinal de vida piedosa, mas também elemento de sabedoria, dar ouvido à injunção: "Deixai-vos pois do homem .."' (Isaías 2:22), Não se deve ficar na dependência de nenhum ser humano. "Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação" (Salmo 146:5). Se desobedeço a Deus, mereço ser enganado por meus companheiros de i existência e decepcionar-me com eles. Pessoas que gostam de você hoje, poderão odiá-lo amanhã. A multidão que clamou "Hosana: bendito o rei de Israel que vem em nome do Senhor", depressa passou a bradar: "...tira, tira, crucifica-o (João 12:13; 19:15).
Aqui há firme consolação. Não se pode confiar na natureza humana, mas em Deus sim! Por mais inconstante que eu seja por mais volúveis que os meus amigos se mostrem, Deus não muda. Se Ele mudasse como nós, se quisesse uma coisa hoje e outra amanhã, e se fosse controlado por capricho, quem poderia confiar nEle? Mas, todo o louvor ao Seu glorioso nome, Ele é sempre o mesmo. Seu propósito é firme, Sua vontade estável, Sua palavra segura. Aqui, pois, está uma Rocha em que podemos firmar os nossos pés, enquanto a poderosa torrente leva tudo de arrasto ao nosso redor. A permanência do caráter de Deus garante o cumprimento de Suas promessas; "Porque as montanhas se desviarão e os outeiros tremerão; mas a minha benignidade não se desviará de ti, e o concerto da minha paz não mudará, diz o Senhor, que se compadece de ti" (Isaías 54:10).
Aqui há incentivo para a oração, "Que consolo haveria em orar a um deus que, como o camaleão, mudasse de cor a cada momento? Quem elevaria uma petição a um príncipe terreno que fosse tão mutável que atenderia a um pedido um dia e o negaria no dia seguinte?" (S. Charnock, 1670), Se alguém perguntar: "Mas que utilidade há em orar a um Ser. cuja vontade já foi fixada  Respondemos: Porque Ele o exige. Que bênçãos Deus prometeu sem que nós as busquemos? ".., se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 João 5:14), e Ele sempre quis tudo que é para o bem dos Seus filhos.
Aqui há terror para os ímpios. Os que O desafiam, transgridem Suas leis, não têm interesse em Sua glória, mas vivem como se Ele não existisse, não devem imaginar que, quando no dia final clamarem a Ele por misericórdia, Ele mudará a Sua von­tade, revogará a Sua Palavra e rescindirá as suas ameaças terríveis  Não. Ele declarou: "Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade: ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei" (Ezequiel 8:18). Deus não Se negará a Si próprio para gratificar a luxúria deles. Deus é santo, imutavelmente santo. Portanto, Deus odeia o pecado; eternamente odeia o pecado. Daí a eternidade do castigo de todos quantos morrem em seus pecados.
"A imutabilidade divina, como a nuvem que se interpunha entre os israelitas e o exército egípcio, tem um lado escuro, bem como um lado claro. Ela assegura a execução das Suas ameaças, como também a concretização das Suas promessas; e destrói a esperança, carinhosamente acalentada pelos culpados, de que Deus será toda brandura para as Suas frágeis e errantes criaturas, e de que serão tratados de modo muito mais leve do que as declarações da Sua Palavra nos levam a esperar. Contrapomos a estas especulações enganosas e presunçosas a solene verdade de que Deus é imutável em Sua veracidade e propósito, em Sua fidelidade e justiça"

Conclusão: Se acreditarmos no Deus que é em si mesmo todo poderoso, Senhor do Céu e da terra, imutável em sua existência, podemos ter esperança.